O suspeito de matar a tiros o CEO da seguradora americana UnitedHealthcare, Brian Thompson, em Manhattan, em Nova York (EUA), na quarta-feira, 4, foi preso pelas autoridades nesta segunda-feira, 9, em um McDonald’s de Altoona, cidade da Pensilvânia localizada a cerca de 450 quilômetros do local do crime. O acusado, Luigi Mangione, de 26 anos, tem dois diplomas de engenharia e é primo de um deputado estadual de Maryland.
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Mangione teria sido visto por um cliente e um funcionário do McDonald’s que acionaram as autoridades. Quando abordado por dois agentes da polícia local, o suspeito começou a tremer e ficou quieto ao ser perguntado se havia estado recentemente em Nova York. Na mochila do sujeito, foi encontrada uma arma de fogo montada a partir de peças avulsas, carregada e equipada com um silenciador.
As autoridades da Pensilvânia disseram que a arma, bem como as roupas e uma máscara encontradas com o suspeito, eram semelhantes às usadas pelo assassino. As informações são da “CNN US” e da “CBS News”.
Mangione pertence a uma família rica de Baltimore que fez sucesso nos negócios. O avô do suspeito construiu um império imobiliário que compreendia lares de idosos e clubes de campo no estado de Maryland.
Os parentes do sujeito declararam que só receberam informações pela mídia e estão “chocados e devastados com a prisão de Luigi”. A declaração foi postada por Nino Mangione, deputado estadual de Maryland pelo Partido Republicano.
O suspeito se formou em 2016 como orador da sala na escola particular para meninos Gilman, em Baltimore, com as melhores médias da turma. Posteriormente, Mangione cursou ciência da computação e matemática na Universidade da Pensilvânia, se graduando com mestrado e bacharelado em 2020.
O americano ainda trabalhou como conselheiro em um programa da Universidade de Stanford e engenheiro de software no site de vendas online de automóveis TrueCar. O endereço mais recente conhecido de Mangione era Honolulu, no Havaí, onde ele viveu por seis meses em um espaço de coworking e coliving, enquanto trabalhava remotamente.
Nos últimos anos, Mangione sofria de um problema na coluna e passou por cirurgia para tratá-lo, afirmou um amigo próximo. O suspeito liderava um clube do livro no Havaí e gostava de praticar caminhadas e fazer yoga. Um colega do americano afirmou que ele sentiu dores nas costas após comparecer a uma aula de surfe.
Desde junho deste ano, Mangione sumiu das redes sociais e parou de se comunicar com familiares e amigos. Em um de seus perfis, o suspeito exaltou o livro de Ted Kaczynski, conhecido como “Unabomber”, um criminoso que escreveu um manifesto anti-tecnologia em 1995 e enviava bombas por correio.
“É fácil descartar isso de forma rápida e insensata como o manifesto de um lunático. […] Ele era um indivíduo violento – preso corretamente – que mutilou pessoas inocentes. Embora essas ações tendam a ser caracterizadas como as de um ludita louco, elas são mais precisamente vistas como as de um revolucionário político extremo”, escreveu Mangione na sua resenha.
Relembre o crime
Brian Thompson, de 50 anos, foi morto a tiros do lado de fora de um hotel de Manhattan na manhã da quarta-feira por um homem mascarado que parecia esperar sua chegada antes de atirar no executivo pelas costas.
O suspeito fugiu do local e, em seguida, foi de bicicleta até o Central Park. Um vídeo de vigilância o flagrou saindo do parque e pegando um táxi para uma estação de ônibus no norte de Manhattan, onde a polícia acredita que ele tenha usado um ônibus para fugir da cidade.
As palavras “deny” (negar), “defend” (defender) e “depose” (depor) foram gravadas em cartuchos de balas encontrados na cena do crime, segundo a mídia local. As palavras evocam o título de um livro que critica o setor de seguros, publicado em 2010, intitulado “Delay, Deny, Defend: Why Insurance Companies Don’t Pay Claims and What You Can Do About It” (“Atrasar, Negar, Defender: Por Que As Seguradoras Não Pagam Os Sinistros E O Que Você Pode Fazer A Respeito – em tradução).
O assassinato de Thompson desencadeou uma onda de manifestações online entre norte-americanos frustrados com negativas de planos de saúde em atender seus pedidos de atendimento, ou que enfrentaram custos inesperados ou tiveram que pagar mais para receberem atendimento médico – todas tendências que estão aumentando, de acordo com dados recentes.
*Com informações da Reuters