O presidente francês Emmanuel Macron, que visita Tóquio desde sexta-feira (23) por ocasião da abertura dos Jogos Olímpicos, se reuniu neste sábado (24) com o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, antes de se encontrar com alguns líderes de empresas japonesas, incluindo a Nissan.

Pela manhã, o chefe de Estado francês assistiu a um combate de judô no âmbito dos Jogos Olímpicos.

Macron e Suga, que se encontraram no palácio neobarroco de Akasaka, no coração de Tóquio, não fizeram comentários à imprensa.

No Twitter, Macron elogiou a parceria “excepcional” entre a França e o Japão. “Em um momento em que todos lutamos contra o coronavírus, essa parceria é uma força”, escreveu ele.

Em uma declaração conjunta divulgada após o encontro, Macron e Suga lembraram a importância de promover uma “região Indo-Pacífico livre e aberta, inclusiva e baseada no Estado de Direito”, num momento em que as ambições da China na região provocam preocupação tanto do lado japonês quanto entre as potências ocidentais.

Também discutiram a cooperação franco-japonesa na luta contra o aquecimento global, que “não é uma limitação, mas sim um vetor de inovação e criação de empregos”, e expressaram o desejo de “fortalecer” os laços econômicos e comerciais entre os dois países.

Sobre o espinhoso tema dos sequestros parentais no Japão, a declaração conjunta é lacônica: a França e o Japão “estão empenhados em reforçar seu diálogo, no melhor interesse das crianças”.

Essa prática tolerada e comum no Japão, onde o princípio da guarda compartilhada não existe legalmente, voltou aos holofotes da imprensa pela greve de fome iniciada há duas semanas por Vincent Fichot, um francês que mora em Tóquio e que não vê seus dois filhos desde que sua esposa japonesa saiu de casa com eles há quase três anos.

Alguns conselheiros de Macron visitaram Fichot na quinta-feira, que acampa dia e noite em frente a uma estação de metrô perto do Estádio Olímpico de Tóquio.

Questionado na quinta-feira pela AFP, Fichot se declarou “decepcionado” com o encontro e garantiu que planeja continuar sua ação.

As autoridades francesas “não têm má vontade, mas essa vontade não é forte o suficiente” para realmente pressionar o Japão que, segundo Fichot e muitos outros pais que enfrentam a mesma situação, não respeita seus compromissos internacionais sobre os direitos das crianças.

“Preciso de resultados, não de atos simbólicos”, acrescentou.

Após a luta da judoca francesa Shirine Boukli (categoria -48 kg), vencida pela sérvia Milica Nikolic, Macron assistirá ao basquete feminino 3×3 no final da tarde antes de voar para a Polinésia Francesa no início da noite.