O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, fez um apelo, nesta quarta-feira (23), aos húngaros para “resistir a Bruxelas” da mesma maneira que fizeram contra o Exército soviético em 1956, em uma nova crítica à União Europeia, em ocasião da comemoração do levante.

“Devemos ceder à vontade de uma potência estrangeira, desta vez de Bruxelas, ou devemos resistir? Essa é a grave decisão que a Hungria enfrenta agora. Proponho que nossa resposta seja tão clara e inequívoca como em 1956”, declarou Orban ante milhares de pessoas reunidas em um parque de Budapeste.

Desde que voltou ao poder em 2010, Orban fortaleceu seu controle, enfraquecendo os contrapesos democráticos, o que foi condenado em várias ocasiões pela Comissão Europeia e sancionado pela Justiça.

As tensões se intensificaram nos últimos meses, especialmente depois de uma “missão de paz” na Rússia decidida sem consultar outros países europeus. A Hungria ocupa a presidência rotativa da UE.

Segundo Orban, Bruxelas busca tornar a Hungria “um Estado fantoche, um vassalo”.

No entanto, insistiu que, embora os “heróis de 1956” não tenham conseguido triunfar, vítimas de uma repressão sangrenta por parte da União Soviética, “hoje venceremos”.

“Sabemos que querem nos obrigar a entrar na guerra. Sabemos que querem nos impor seus migrantes. Sabemos que querem entregar nossos filhos aos ideológos de gênero”, continuou Orban, criticando a crescente pressão.

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