O primeiro-ministro húngaro ultraconservador, Viktor Orban, anunciou neste domingo (30) que quer formar uma nova aliança no Parlamento Europeu, juntamente com o partido austríaco de extrema direita e o movimento centrista do ex-chefe do governo tcheco Andrej Babis.

“Tomamos a iniciativa de lançar esta nova plataforma”, declarou Orban em uma coletiva de imprensa ao lado de Babis e Herbert Kickl, líder do partido de extrema direita austríaco FPÖ.

A nova aliança, apresentada sob o nome de “Patriotas pela Europa”, deverá contar com o apoio de outros quatro partidos para ser reconhecida como um grupo no Parlamento Europeu.

“Começa uma nova era, e o primeiro momento, talvez decisivo, desta nova era é a criação de uma nova facção política europeia que mudará a política europeia”, sublinhou Orbán, o líder que está no poder há mais tempo na União Europeia, desde 2010.

Os três políticos assinaram um “manifesto patriótico” no qual prometeram “paz, segurança e desenvolvimento” em vez de “guerra, migração e estagnação” causadas pela “elite de Bruxelas”, segundo Orban, de 61 anos.

A Hungria assumirá a presidência semestral da União Europeia na segunda-feira.

Ao contrário dos seus parceiros, Orbán apoia o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de quem copiou o slogan que usará durante os próximos seis meses: “Make Europe Great Again” (MEGA, ou “Torne a Europa Grande Novamente”, em tradução livre do inglês).

O partido de Orban, Fidesz, era membro do Partido Popular Europeu (PPE), o maior grupo do Parlamento Europeu, até que o abandonou em 2021, em meio a disputas sobre acusações de retrocesso democrático na Hungria.

O FPÖ austríaco faz parte do grupo Identidade e Democracia (ID), que também inclui o partido francês de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) e o italiano Liga.

O movimento de Babis, o ex-primeiro-ministro tcheco, anunciou na semana passada a sua retirada do Renew Europe (Renovar Europa), o grupo liberal do Parlamento Europeu.

O FPÖ tem seis eurodeputados, o movimento Babis sete e o Fidesz 11. Os três partidos venceram as eleições europeias nos seus países em 9 de junho.