O primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al Sudani, rejeitou nesta segunda-feira (20) a renúncia de três ministros do seu governo, que se demitiram para protestar contra a destituição do presidente do Parlamento, Mohamed al Halbusi, um influente político sunita.

Em meados de novembro, a Suprema Corte, o mais alto órgão judicial do Iraque, pôs fim ao mandato de Al Halbusi, após uma denúncia apresentada por um deputado por suposta “falsificação” de um documento.

Consequentemente, o partido Taqadom (“Progresso” em árabe) de Al Halbusi anunciou a renúncia dos seus três ministros no governo, responsáveis pelas pastas da Cultura, Planejamento e Indústria.

“O primeiro-ministro rejeitou as demissões apresentadas pelos ministros do Planejamento, da Indústria e da Cultura. Consequentemente, estes retomarão as suas funções”, segundo um comunicado dos serviços do Al Sudani.

Esta rejeição, explica o texto, é o resultado da vontade do governo de “garantir a representação política de todos os membros do povo e das suas forças políticas”, a fim de “apoiar a estabilidade política”.

A vida política no Iraque, um país multiétnico, é governada por uma distribuição de poder entre as diferentes comunidades: a posição honorária de presidente cabe tradicionalmente aos curdos; a de primeiro-ministro aos xiitas e a comunidade sunita é representada pelo presidente do Parlamento.

As eleições e nomeações de altos funcionários são muitas vezes processos complicados que podem durar vários meses, prejudicados por negociações intermináveis e acordos arduamente negociados.

No país de maioria xiita, o Parlamento de 329 membros é dominado por uma coalizão de partidos xiitas pró-Irã.

tgg/feb/bc/an/aa