Primeiro-ministro da Romênia, pró-europeu, anuncia renúncia

O primeiro-ministro da Romênia, Marcel Ciolacu, pró-europeu, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira (5), um dia após os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais, que colocaram a extrema direita na liderança.

O candidato de extrema direita George Simion liderou o primeiro turno das eleições presidenciais na Romênia, um Estado-membro da UE e da Otan que faz fronteira com a Ucrânia.

No entanto, Crin Antonescu, o candidato apoiado pela coalizão, foi eliminado da disputa, superado pelo prefeito de Bucareste, que ficou em segundo lugar.

“Propus aos meus colegas que eu deixasse a coalizão de governo, o que implicitamente leva à minha renúncia como primeiro-ministro”, disse Ciolacu a repórteres após uma reunião de seu partido Social-Democrata, em Bucareste.

“Vimos como os romenos votaram ontem, o que significa que a coalizão de governo não tem legitimidade, pelo menos não em sua forma atual”, acrescentou.

Ainda assim, os ministros do partido podem permanecer no cargo como interinos, até que um novo governo seja formado após o segundo turno, marcado para 18 de maio, disse ele.

Simion, que lidera o partido AUR, obteve quase 41% dos votos, o dobro do atual prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, outro pró-europeu.

Uma vitória da extrema direita no segundo turno pode marcar uma mudança significativa na política externa do país.

Simion, um admirador declarado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou os “burocratas não eleitos em Bruxelas” durante a campanha e os acusou de interferir nas eleições romenas.

No primeiro turno das eleições presidenciais realizadas em novembro, que acabou sendo anulado, o candidato da extrema direita, Calin Georgescu, a quem seus detratores acusam de ser pró-Kremlin, ficou em primeiro lugar.

No entanto, semanas depois, o Tribunal Constitucional invalidou o primeiro turno e excluiu o homem de sessenta anos das eleições de domingo, após uma campanha massiva na plataforma TikTok marcada por suspeitas de interferência russa.

Simion chamou aquela anulação de “golpe de Estado”.

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