O primeiro-ministro conservador da França, Michel Barnier, proporá nesta quinta-feira (19) a lista de seus ministros ao presidente Emmanuel Macron, que lhe confiou um “governo de unidade” para tentar obter uma maioria estável no Parlamento.

“O primeiro-ministro irá ao [Palácio do] Eliseu no final do dia para propor ao presidente um governo pronto para agir a serviço dos franceses”, anunciou seu gabinete em um comunicado, após uma reunião de quase duas horas com seus aliados.

Embora a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) tenha vencido as eleições legislativas antecipadas em junho sem maioria, Macron nomeou Barnier como primeiro-ministro em 5 de setembro, ao entender que tinha mais opções para superar uma moção de censura.

Após a recusa da NFP em apoiá-lo, Barnier tentou formar um governo com a aliança de centro-direita de Macron e seu conservador Partido Republicano (LR), cuja sobrevivência depende de que a extrema direita não apoie uma possível moção de censura.

Gabriel Attal, ex-primeiro-ministro “macronista”, informou a seus deputados que o governo de Barnier teria 16 ministros principais, dez deles da aliança do presidente, três do LR e um da esquerda não-NFP, de acordo com um resumo da reunião.

As negociações são difíceis. Embora Macron, cujo mandato termina em 2027, afirme que não quer intervir na composição do governo, ele se reuniu várias vezes com Barnier e um almoço na terça-feira não foi bem-sucedido, de acordo com vazamentos.

As tensões estão supostamente centradas na distribuição dos ministérios entre os “macronistas” e o LR, um partido que já foi governante e que agora está em baixa. Os primeiros têm 166 dos 577 deputados, enquanto os segundos reúnem apenas 47.

A aliança de centro-direita do presidente também se oporia a um aumento de impostos para aliviar “a situação fiscal muito grave”, nas palavras de Barnier, na França, cujo déficit público e dívida excedem os limites estabelecidos pelas regras europeias.

Em seu comunicado, o chefe de governo indicou que seus objetivos incluem “garantir a segurança, controlar a imigração”, “controlar as finanças públicas e reduzir a dívida ecológica”, além de “melhorar a vida dos franceses”.

Barnier indicou, durante a reunião, que não estava considerando um “aumento de impostos sobre a classe média e os trabalhadores franceses”, esclareceu Attal aos seus deputados.

O tempo está se esgotando. O governo já está atrasado na apresentação de seu projeto de orçamento para 2025 ao Parlamento, um momento fundamental para confirmar se tem o apoio necessário entre os parlamentares para poder governar.

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