Primeiro impeachment
Afogado em um mar de corrupção e com os caras-pintadas nas ruas, Fernando Collor renunciou antes de ser cassado pelo Congresso

O ADEUS - Collor e a mulher, Rosane, deixam o poder. Já a arrogância foi mantida (Crédito: fotos: WILSON PEDROSA/AE; Eder Chiodetto/Folha Imagem/Folhapress)
Brasil/Impeachment 1992
Primeiro presidente eleito pelo voto direto após a redemocratização, Fernando Collor fez um pedido simples à população, ao se ver ameaçado pelo impeachment: como sinal de apoio, queria que todos os brasileiros fossem às ruas no domingo, 16 de agosto de 1992, vestindo verde e amarelo. A resposta foi imediata. Milhares de brasileiros, sobretudo jovens, pintaram o rosto e foram às ruas usando preto, pedindo seu impedimento. Era a chamada geração dos caras-pintada, que mudou a história do País. “A convocação para os protestos foi no boca-a-boca [porque ainda não havia a internet]”, diz Cecília Lotufo, 40 anos, empresária e ativista. “Como eu vinha de uma família muito politizada e sabia o que estava acontecendo, passei de sala em sala chamando meus colegas de escola.”
À época com 17 anos, Cecilia apareceu nos jornais como a musa do impeachment. “Foi muito importante perceber que éramos protagonistas da história e tínhamos poder de mudança”, diz ela, que se envolveu com política suprapartidária graças àquele movimento.

Intitulado o “caçador de marajás”, Collor foi eleito por um partido nanico, o PRN, e pequena margem de votos contra seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva. Então com 40 anos de idade, Collor prometia acabar com regalias dos funcionários públicos que recebiam altos salários e também trazer a estabilidade econômica com um “tiro certeiro”. O confisco da poupança do Plano Collor 1 se revelaria um fracasso no combate à inflação. A abertura da economia sem planejamento acabou desagradando os empresários.

O motorista fala
Collor acabaria envolvido ainda em acusações de corrupção. Um dos episódios decisivos para sua saída foi a publicação por ISTOÉ de uma entrevista exclusiva com o motorista da Presidência, Eriberto França. Na reportagem, ele revelou que o empresário Paulo César Farias, o PC Farias, bancava despesas da família do presidente, como a compra de um Fiat Elba e uma grande reforma na Casa da Dinda, imóvel particular de Collor transformado em residência oficial. Durante as investigações foi provado que PC, responsável pelo caixa de campanha, organizou um esquema de corrupção no qual cobrava propina em troca de tráfico de influência no governo. Sem conseguir resistir às pressões, Collor renunciou ao cargo antes de sofrer o impeachment. PC Farias foi assassinado poucos anos depois.

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