Primeiro ele não desmentiu. Depois admitiu. Agora reconhece que se omitiu, mas não prevaricou

Coluna: Ricardo Kertzman

Ricardo Kertzman é blogueiro, colunista e contestador por natureza. Reza a lenda que, ao nascer, antes mesmo de chorar, reclamou do hospital, brigou com o obstetra e discutiu com a mãe. Seu temperamento impulsivo só não é maior que seu imenso bom coração.

Primeiro ele não desmentiu. Depois admitiu. Agora reconhece que se omitiu, mas não prevaricou

Primeiro ele não desmentiu. Depois admitiu. Agora reconhece que se omitiu, mas não prevaricou

Esse arremedo de presidente da República não se enxerga mesmo, né? Acha que além dos 20% de bolsonáticos, todos os demais brasileiros são idiotas úteis. Pois engana-se! Além dos seus, apenas mais outros 20% são idiotas úteis. Refiro-me, é claro, aos devotos do lulopetismo.

O bilontra já havia admitido, de maneira, digamos, oblíqua, a conversa que teve com os irmãos Miranda, em que fora comunicado dos indícios de corrupção no Ministério da Saúde, relacionada à compra da vacina indiana Covaxin.

Como sabido, o amigão do Queiroz não só não fez nada a respeito, como ainda impediu a exoneração de um servidor acusado de pedir propina de 1 dólar por dose de vacina comprada da AstraZeneca.

Agora, diante da impossibilidade de desmentir os acusadores, já que a conversa, ao que tudo indica, foi gravada, o devoto da cloroquina, um verdadeiro ‘cagão’, já admite, inclusive, ter recebido a documentação que provaria a denúncia.

Além de se complicar mais ainda, o pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais atirou seu general-bibelô, Eduardo Pesadelo, ops!, Pazuello na fogueira, pois declarou ter-lhe repassado o papeluxo comprobatório.

PREVARIQUEI, MAS NÃO FUI EU

Como se tudo não bastasse, nesta segunda-feira (12/7), o maníaco do tratamento precoce declarou mais uma vez que ‘não consigo saber de tudo o que se passa nos ministérios’. E mais, ‘eu não prevariquei, pois não sou servidor público, sou o presidente’. Que fofo, né?

Beleza! Pode até ser que, juridicamente falando, o nome do que fez, ou melhor, do que não fez, não seja prevaricação. Mas omissão, meu chapa!, não dá para negar. Isso para deixar barato e não falarmos em cumplicidade mesmo; corrupção pura e simples.

O sociopata homicida que auxiliou com todo afinco o novo coronavírus a ceifar as vidas de mais de 530 mil brasileiros, vendia aos convertidos a imagem de homem probo, honesto, guerreiro contra a corrupção. Isso a despeito dos ‘micheques’, dos funcionários fantasmas, das rachadinhas, do Queiroz, dos panetones etc.

Agora, diante das denúncias e de sua inquestionável omissão – repito: senão cumplicidade -, ficará difícil até para os tais bolsominions continuarem com o apoio amplo, geral e irrestrito ao seu mito de cristal. Um mito falso. E… cagão!