Após sair da TV Anhanguera, afiliada da TV Globo, e ser contratado pela TV Record, o jornalista Matheus Ribeiro recebeu muitos elogios, mas também muitas críticas por assumir sua sexualidade. Funcionários da nova emissora chegaram a escrever uma carta direcionada à diretoria do DF Record apontando que a “única relevância curricular [de Ribeiro] é a sua orientação sexual”.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o jornalista rebateu o comentário e contestou a ideia de que foi beneficiado por ter se assumido gay. “Eu sou um homem de 26 anos, trabalhador, que veio de uma família pobre do interior de Goiás, tudo que eu construí na minha carreira e que construo na minha vida é baseado em muito estudo, em muita dedicação”, afirmou.

Segundo Ribeiro, antes de trabalhar na Anhanguera, ele teve passagens pelas TVs universitárias da UFG (Universidade Federal de Goias), onde se formou, e da PUC. Ele também trabalhou na Band, onde fez sua primeira grande cobertura, sobre o serial killer de Goiás. “Fui o primeiro repórter a entrevistar esse sujeito”, disse à Folha.

“Eu não construí minha carreira baseada na minha sexualidade. Enquanto milhões de pessoas sofrem preconceito por serem homossexuais, seria até contraditório e uma fuga da realidade dizer que eu me privilegio da minha sexualidade para construir minha carreira. Pelo contrário.”

Apesar do vazamento da carta, Ribeiro afirma que está tendo a melhor recepção possível. “A postura que tenho observado aqui na emissora tem sido muito legal. Acho que eu nunca fui tão bem recebido numa casa, como aqui na Record”, afirmou ele à Folha.