ROMA, 20 ABR (ANSA) – por Laurence Figà-Talamanca – Três meses se passaram desde que, em 20 de janeiro, o presidente da China, Xi Jinping, decidiu fazer um alerta público sobre uma possível epidemia no país. Atualmente, o planeta tem mais de 160 mil mortes ocasionadas pelo novo coronavírus, quase 2,5 milhões de infectados e mais da metade da população mundial em quarentena.
Há três meses, a cidade chinesa de Wuhan, onde a Covid-19 começou, já tinha centenas de casos e pelo menos três mortes. Na ocasião, a mídia do país mencionava uma “pneumonia misteriosa”.
Embora o risco para a população já estivesse claro para os líderes chineses, a vida continuou em Wuhan como se não fosse nada por mais seis longos dias antes de Xi decidir dar o alerta e mais três para fechar e isolar toda a cidade de Hubei, que possui 11 milhões de habitantes.
No ocidente, o bloqueio de Wuhan parecia uma resposta antidemocrática, possível apenas em um regime autoritário.
Entretanto, três meses depois, as cidades europeias e norte-americanas estão em situação semelhantes: ruas desertas e pessoas fechadas entre as paredes de suas casas ou escondidas atrás de máscaras.
Desde então, os voos pararam, as fronteiras foram fechadas e os principais eventos internacionais cancelados. Na Europa, as escolas, lojas, bares, restaurantes e escritórios também fecharam suas portas. Já praias e museus passaram a não receber mais visitantes.
No esporte, o futebol parou e as Olimpíadas de Tóquio foram adiadas por um ano. No Vaticano, o papa Francisco rezou sozinho em uma praça de São Pedro deserta.
Muitos comparam a luta contra a Covid-19 como uma guerra no qual o inimigo é invisível, principalmente para os médicos e enfermeiros que estão na linha de frente, bem como para aqueles que precisam pagar contas e funcionários.
No momento, a Europa luta para se unir, os Estados Unidos do presidente Donald Trump, no meio de campanha eleitoral, acusam a China de manter o silêncio sobre o vírus, se não de criá-lo.
Para melhor, no entanto, a saúde do planeta mudou: sem carros, aviões e produção industrial, por enquanto, os níveis de CO2 caíram.
O fim da emergência da pandemia, decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11 de março, ainda está longe, todos os dias milhares de vítimas continuam chorando em todo o mundo e dezenas de milhares de novas infecções são contadas.
Com o Produto Interno Bruto (PIB) mundial passando por um revés dramático e incerteza no futuro, a esperança hoje se apega à ciência, à descoberta da terapia e à busca de uma vacina contra um vírus recentemente conhecido. (ANSA)