A argentina Celeste Saulo, primeira mulher e primeira sul-americana a chefiar a Organização Meteorológica Mundial (OMM), quer priorizar os países mais vulneráveis frente à aceleração das mudanças climáticas e ao aumento dos fenômenos climáticos extremos.

“As mudanças climáticas são a maior ameaça mundial do nosso tempo e o aumento da desigualdade agrava seus impactos”, declarou Saulo em um comunicado publicado nesta quinta-feira (4) para anunciar que assumiu o cargo de secretária-geral desta agência da ONU.

“Vinda do Sul Global, sou plenamente consciente da necessidade de fazer um esforço para priorizar as necessidades dos mais vulneráveis”, para que estes países possam desenvolver sua resiliência frente aos fenômenos extremos relacionados com o clima, o tempo, a água e o meio ambiente, acrescentou.

Saulo afirmou que muitos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos Nacionais carecem de recursos e insistiu em que “até mesmo um pequeno aumento do investimento gera enormes benefícios socioeconômicos para nossas comunidades”.

A nova chefe da OMM, que sucede o finlandês Petteri Taalas, foi eleita em junho passado.

Saulo dirigia desde 2014 o Serviço Meteorológico Nacional argentino e era primeira vice-presidente da OMM.

A argentina “vai encabeçar” as atividades realizadas pela comunidade meteorológica mundial sob a égide desta agência “para transformar os conhecimentos científicos nos melhores serviços possíveis para a sociedade”, acrescentou o comunicado.

Grande parte do trabalho da OMM consiste em usar e compartilhar o trabalho das agências meteorológicas nacionais sobre os gases de efeito estufa, o nível do mar, as temperaturas, o degelo dos glaciares e outros indicadores das mudanças climáticas.

Recentemente, a organização estabeleceu como prioridade conseguir que toda a população mundial esteja coberta por sistemas de alerta precoce para riscos meteorológicos até o fim de 2027.

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