Uma eventual presidência de Álvaro Dias (Podemos) deverá ter como primeira medida uma revisão da Constituição Federal, declarou a economista Ana Paula Oliveira, uma das responsáveis pelo programa econômico da campanha. “Antes de pensar nas reformas necessárias à economia, precisamos resolver a questão do orçamento. Atualmente, ele é muito engessado, precisamos liberar recursos”, disse, em debate com economistas promovido pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FVG).

Superada esta etapa inicial, com descongelamento de recursos, o Podemos deverá levar adiante a reforma tributária. “Vamos fazer uma simplificação tributária, com um único imposto aglutinando seis impostos”, comentou.

Além disso, o partido propõe a criação de uma “câmara de compensação de impostos”, que permitiria redistribuir os recursos entre os entes federativos. A economista avalia que é preciso descentralizar o poder como passo inicial para avançar sobre a reforma política.

Já em relação à reforma da Previdência, Ana Paula defende a unificação do sistema de previdência público com a previdência privada. “Em paralelo, queremos um novo produto previdenciário, um fundo de contas individualizadas e capitalizadas com recursos estatais, pois quando fizermos as privatizações, a população também terá retorno”, comentou. “Vamos colocar os ativos de todas as empresas estatais neste fundo previdenciário”, complementou a economista.

Citando um déficit em infraestrutura, a economista do Podemos explicou que o programa econômico prevê investimentos em três grandes áreas. “Inicialmente, temos que fazer uma revisão geral da nossa matriz de transportes, pois não podemos ser dependentes apenas de rodovias”, declarou. “Propomos um deslocamento gradativo do transporte rodoviário para ferroviário, que é muito mais eficiente para grandes distâncias”, comentou.

Ainda deverão receber investimentos as áreas de saneamento básico e o descarte e gestão de resíduos sólidos, afirmou Ana Paula. “Nosso compromisso é investir R$ 20 bilhões por ano em saneamento básico, com verbas públicas e também em parcerias com o setor privado. Em relação aos resíduos sólidos, nossa meta é fechar os mais de 3 mil lixões do País e dar destino adequado”, afirmou.

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