A ex-atleta do salto em altura, Aída dos Santos recebeu uma merecida homenagem e entrou para o Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Ela eternizou seus pês no espaço, no Rio de Janeiro, que conta a marca das estrelas do esporte nacional.

“Quando entrei para o atletismo nem sabia que tinham competições como Sul-americano e Jogos Olímpicos. Esporte individual tinha que ter índice. Eu não estava com índice. Fui competir por acaso e fiz o resultado. Hoje, os atletas têm psicólogo, nutricionista. Eu viajava de avião da FAB. Melhorou o material humano, mas não os resultados”, disse Aída, de 84 anos.

A homenagem foi feita na sede do COB e contou com a presença Paulo Wanderley (presidente do COB), Rogério Sampaio (diretor-geral do COB), Isabele Duran (diretora financeira do COB), Ricardo Mathias (diretor administrativo do COB) e Wlamir Campos (presidente da Confederação Brasileira de Atletismo). Além destes, Aída estava acompanhada da filha Valeskinha, medalha de ouro no vôlei em Pequim 2008.

“Como mulher negra, e um dos maiores exemplos do Movimento Olímpico, Aída tem uma história que merece ser reverenciada, celebrada e honrada por todas suas lutas, conquistas e glórias. A primeira mulher do Brasil a disputar uma final olímpica e o 4º lugar dela no salto em altura, em Tóquio 1964, obtendo o melhor resultado individual de uma atleta brasileira nos Jogos Olímpicos até Pequim 2008, é, sem dúvidas, motivo de orgulho para todos nós”, ressaltou Paulo Wanderley.

A ex-atleta foi às Olimpíadas de Tóquio em 1964 e passou perto de subir ao pódio, conquistando o quarto lugar no salto em altura. Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Aída começou no vôlei, mas foi com a ajuda de uma amiga que Fluminense a descobriu no atletismo.

Aída ainda teve de lidar com a fúria do pai que em determinado momento até bateu na filha após ela conquistar sua primeira competição, com a justificativa de que “medalha não enchia barriga”. Mesmo com todos esses percalços, a ex-saltadora também conseguiu se formar em geografia, educação física e pedagogia, inclusive atuando como professora na Universidade Federal Fluminense (UFF) de 1975 a 1987.

Quatro anos depois de ir a Tóquio, Aída foi aos Jogos da Cidade do México e disputou a prova de pentatlo, alcançando a 20ª colocação. Reconhecida internacionalmente, a ex-atleta recebeu em 2009 o Diploma Mundial Mulher e Esporte, uma premiação especial do Comitê Olímpico Internacional (COI).