16/01/2024 - 10:13
As primárias republicanas para a eleição presidencial nos Estados Unidos começaram em Iowa, na segunda-feira (15), e seguirão nos outros estados com um calendário complicado para o favorito, Donald Trump, que terá de combiná-las com comparecimentos à Justiça pelos quatro processos penais e ações civis que enfrenta.
Os democratas também realizam primárias, mas sem muito em jogo, uma vez que os presidentes em final de mandato que concorrem à reeleição geralmente obtêm a nomeação de seu partido.
Nesse sentido, a expectativa é que Joe Biden seja oficialmente nomeado candidato durante a Convenção Nacional Democrata, de 19 a 22 de agosto, em Chicago.
Depois de Iowa na noite de segunda-feira, Donald Trump e seus adversários republicanos, incluindo sua ex-embaixadora na ONU, Nikki Haley, e o governador da Flórida, Ron DeSantis, seguem para New Hampshire, um estado que faz fronteira com o Canadá e que realiza suas primárias em 23 de janeiro.
O processo continuará em fevereiro em outros estados, como Michigan e Carolina do Sul.
Ao mesmo tempo, no dia 8 de fevereiro, a Suprema Corte dos EUA ouvirá os argumentos de um recurso interposto pelo ex-presidente contra uma decisão judicial do Colorado que o impede de participar das primárias republicanas neste estado do oeste do país.
A Suprema Corte do Colorado retirou Trump das cédulas, citando uma emenda que proíbe qualquer pessoa de ocupar cargos públicos, se tiver participado de “insurreição ou rebelião” após se comprometer a apoiar e a defender a Constituição. Ou seja, declara-o inelegível por suas ações durante o assalto ao Capitólio por parte de seus apoiadores em 6 de janeiro de 2021.
Devido ao efeito suspensivo do recurso, porém, seu nome aparecerá nas cédulas do Colorado e em outros lugares, até que a Suprema Corte se pronuncie.
O calendário se acelera em março com uma série de primárias simultâneas nos estados mais populosos. Cada uma delas envia para a Convenção Nacional Republicana um número de delegados proporcional ao tamanho de sua população.
No dia 5, acontece a “Superterça”, primárias simultâneas em 15 estados, incluindo os dois mais populosos do país, Califórnia e Texas, onde será decidida a alocação de um terço dos delegados. Duas semanas depois, será a vez de outros seis, incluindo Flórida, Illinois e Ohio.
O ritmo também deve se acelerar em termos judiciais, uma vez que, a menos que sejam adiados, dois dos julgamentos criminais de Donald Trump terão início em 4 e 25 de março.
O primeiro, em Washington, concentra-se nas acusações de ter tentado alterar os resultados da eleição presidencial de 2020 vencidas por Joe Biden.
O segundo será em Nova York, por pagamentos suspeitos para comprar o silêncio da atriz pornográfica Stormy Daniels sobre um antigo caso extraconjugal que poderia ter minado a candidatura de Donald Trump em 2016.
Até lá, o ex-presidente espera ter uma vantagem insuperável em relação aos seus adversários nas primárias.
As últimas primárias serão em 4 de junho, mais de um mês antes da convenção republicana em Milwaukee, Wisconsin, de 15 a 18 de julho.
Outro julgamento federal contra Donald Trump, por suposta negligência na gestão de documentos confidenciais levados com ele ao deixar a Casa Branca, está marcado para 20 de maio na Florida, mas deve ser adiado.
Até esta data, mais de 90% dos delegados terão sido atribuídos e já será possível conhecer quem será o candidato republicano para as eleições de novembro.
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