Previsões de chuva aumentam temores na Indonésia e Sri Lanka após inundações

As previsões de novas chuvas para esta quinta-feira (4) aumentaram o temor de mais danos na Indonésia e no Sri Lanka, que ainda tentam se recuperar, ao lado de outros países asiáticos, das inundações devastadoras que mataram mais de 1.500 pessoas na última semana.

Uma temporada intensa de monções, somada a dois ciclones tropicais incomuns, provocou chuvas intensas desde a semana passada em áreas remotas da Indonésia e do Sri Lanka, além do sul da Tailândia e do norte da Malásia.

Na Indonésia, a agência meteorológica alertou que as três províncias mais afetadas da ilha turística de Sumatra enfrentarão mais chuvas “moderadas a intensas” entre quinta e sexta-feira.

As chuvas começaram durante a noite, mas até o momento não atingiram a intensidade que desencadeou as inundações e deslizamentos de terra do final de novembro.

Nesta quinta-feira, as autoridades anunciaram um balanço de 776 mortos na Indonésia, número levemente inferior ao divulgado na véspera, após uma revisão das informações procedentes de áreas remotas e que estavam inacessíveis.

Mais de 560 pessoas continuam desaparecidas. As comunicações e o fornecimento irregular de energia elétrica dificultam a confirmação de seus paradeiros.

Em um abrigo em Pandan, no norte de Sumatra, Sabandi, 54 anos, disse à AFP que ainda está traumatizada com as inundações que arrastaram metros de lama para sua casa. “Estamos com medo”, disse ao ser informada sobre a previsão meteorológica.

Embora as monções sazonais provoquem chuvas em toda a Ásia, das quais os agricultores dependem, as mudanças climáticas tornam o fenômeno mais errático, imprevisível e mortal em toda a região.

A magnitude do desastre deste ano dificultou os trabalhos de emergência.

No Sri Lanka, os meteorologistas anunciaram que a monção do nordeste deve atingir o país a partir da tarde de quinta-feira.

As autoridades renovaram o alerta de deslizamento de terra para algumas das áreas mais afetadas da região central. Os moradores foram aconselhados a não retornar para suas casas porque as encostas, já saturadas, podem desmoronar com mais chuvas.

Pelo menos 479 pessoas morreram no país e centenas continuam desaparecidas, o que levou o governo a pedir ajuda internacional.

As autoridades avaliam que precisarão de até 7 bilhões de dólares para reconstruir casas, indústrias e rodovias.

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