A direção da operadora de saúde Prevent Senior induziu uma competição entre médicos para impulsionar a prescrição do chamado “kit covid”, com medicamentos ineficazes contra a doença, de acordo com um dossiê entregue à CPI da Covid no Senado. As informações são do UOL.

O site teve acesso ao documento elaborado por 12 profissionais da empresa, sendo seis deles ainda funcionários da rede. Os fatos ocorreram em 2020, no auge da pandemia.

Segundo o documento, o kit era prescrito a pacientes com sintomas gripais, mesmo que sem diagnóstico de Covid-19. E, de acordo com as denúncias, os medicamentos eram prescritos sem o consentimento dos pacientes.

A direção da operadora controlava o desempenho dos médicos por gráficos, e incentivava uma competição entre eles, que passaram a ter “metas” de prescrição dos medicamentos. Além disso, cobrava os profissionais cujos resultados não estavam agradando.

Segundo o dossiê, nos “dias de pico”, eram entregues mais de 250 kits a pacientes. Os kits eram compostos por hidroxicloroquina e azitromicina. Posteriormente, o kit passou a ser chamado de “kit Prevent” e além dos dois medicamentos, continua ivermectina, corticoide, vitaminas e suplemento alimentar de proteína em pó.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e estudos realizados em vários países, não há até o momento remédios com eficácia comprovada contra a Covid-19.

A Prevent Senior nega as denúncias feitas à CPI da Covid e afirmou que pediu à PGR (Procuradoria-Geral da República) que investigue as acusações tornadas públicas.