A Copa do Mundo do Catar será o 22° mundial da história a ser realizado. Com chances de buscar o sexto título da maior competição de seleções, o Brasil comandado pelo técnico Tite soltou a lista de convocados na última segunda-feira (8).

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Como sempre acontece, a lista não é uma unanimidade e logo após o anúncio os questionamentos começam a surgir. Desta vez o nome da vez foi o atacante do Flamengo Gabriel Barbosa ou simplesmente Gabigol para os rubro-negros.

Gabigol beija taça da Libertadores após conquista em Guayaquil, no Equador (Crédito:AFP)

Autor dos gols que decidiram dois títulos da Libertadores para o Flamengo, Gabigol foi preterido por Tite, que em seu lugar preferiu levar o centroavante Pedro, companheiro do camisa 9 do Mengão. Em meio à críticas da imprensa esportiva e de torcedores nas redes sociais, o atacante do clube de maior torcida do Brasil entrou para galeria dos chamados ‘injustiçados’ em Copas do Mundo.

Confira a lista:

2022 –  Gabigol

Lucas Figueiredo/CBF

A Copa do Catar teve um benefício para os treinadores. A Fifa liberou a convocação de mais três jogadores, ou seja, 26 atletas. Mesmo assim, o treinador da Seleção Brasileira, Tite, optou por chamar nove atacantes, nenhum deles foi Gabigol.

Se comparado com os outros nomes escolhidos por Tite, Gabigol mais gols que todos desde a Copa de 2018. Ao todo, o atacante do Flamengo anotou 151 gols.

Além disso, outra vantagem de Gabigol é o fator decisivo. O atacante marcou todos os gols do Rubro-Negro nas últimas três finais de Copa Libertadores. Foram dois no título em cima do River Plate, um na derrota de 2 a 1 para o Palmeiras e mais um na vitória por 1 a 0 contra o Athletico-PR.

2018 – Dudu

Lucas Figueiredo/ CBF

Multicampeão pelo Palmeiras, Dudu acumula temporadas de destaque desde que chegou ao alviverde paulista. No entanto, o atacante teve poucas chances na Seleção Brasileira.

Regular e decisivo no Palmeiras, Dudu teve uma performance muito boa em 2018. Para alguns, o camisa 7 do Verdão merecia estar na lista de Tite para o mundial da Rússia. Enquanto Neymar, Gabriel Jesus e Firmino eram praticamente unanimidades, Taison foi bastante contestado. O ídolo do Palmeiras caberia certamente no lugar do atacante, hoje no Internacional, mas que atuava no Shakhtar Donestsk

2010 – Paulo Henrique Ganso e Neymar

Neymar e Ganso pela Seleção Brasileira (Crédito:Divulgação/ CBF)

Os Meninos da Vila, 2º geração dos anos 2000, encantaram o Brasil no primeiro semestre de 2010 com destaque para Neymar e Paulo Henrique Ganso. O técnico da Seleção Brasileira na ocasião era o tetracampeão Dunga, que optou por não levar a dupla. Se por um lado, o atual camisa 10 da Seleção Brasileira tinha 18 anos e era considerado jovem, Ganso estava mais maduro com seus 21 anos e poderia ter tido mais chances.

2002 – Romário e Alex

Romário veste novamente a camisa da Seleção Brasileira (Crédito:Lucas Figueiredo/ CBF)
kaká em disputa de bola com Alex durante treino da Seleção Brasileira (Crédito:Reprodução Instagram)

A Copa do Mundo do Japão e Coreia ficou marcada por duas polêmicas em termos de convocação. Luiz Felipe Scolari sofreu uma grande pressão desde que decidiu não convocar mais Romário, ainda nas Eliminatórias. Outro ponto bastante questionado foi a opção pelo então jovem Kaká em vez de Alex que foi comandado de Felipão no Palmeiras e era nome frequente na Seleção Brasileira.
A não escolha do meia ficou ainda mais clara com a lesão de Emerson, já na preparação para o mundial. Em seu lugar, Felipão preferiu chamar Ricardinho.

1998 – Romário, Amoroso e Marcelinho Carioca

Com uma lesão da coxa, Romário foi cortado por Zagallo e ficou de fora da Copa do Mundo na França. Mesmo sem Romário, a concorrência do ataque não era fácil e deixou de fora Amoroso, talvez em sua melhor fase da carreira. Outro jogador que esteve em seu auge no final dos anos 90 foi Marcelinho Carioca pelo Corinthians, o meia também não foi para o mundial.

1994 – Evair

Revelado pelo Guarani, Evair teve uma carreira vitoriosa por onde passou. Ao longo da trajetória do ex-atacante talvez só tenha faltado disputar uma Copa do Mundo, o que poderia ter ocorrido nos mundiais de 1990 e 94. Para ser mais exato, a Copa que Evair deveria ter tido uma oportunidade foi a de 1994 nos Estados Unidos.

Evair fazia parte do histórico time do Palmeiras no início da era Parmalat. Em seu lugar, o então treinador da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, levou Viola.

1990 – Neto

Reprodução Instagram

A Copa realizada na Itália tinha um cenário de incertezas para o Brasil de Sebastião Lazaroni. Cercada de desconfiança, a lista do treinador para o mundial deixou de fora Neto, na época no Corinthians. O meia não foi chamado sequer para a reserva. No final daquele ano, o ídolo do Corinthians comemorou o título de Campeão Brasileiro, o primeiro do camisa 10 e do alvinegro paulista.

1986 – Renato Gaúcho

Sócrates, Toninho Cerezo e Renato Gaúcho, o último à direita (Crédito:Reprodução)

Com seu perfil de personalidade forte, Renato Gaúcho chegava no seu auge para a Copa de 1986. Ainda com a volúpia do jovem que deu o título do Mundial de Clubes para o Grêmio, em 1983, o atacante estava mais maduro e chegava com moral. Convocado pelo técnico Telê Santana, Renato acabou sendo punido por indisciplina ao ajudar o lateral Leandro em episódio de folga dos jogadores. Dessa forma, o atacante o lateral-direito foram cortados da lista final.

1982 –  Raul, Adílio e Emerson Leão

Acervo CBF

Além da capacidade de fazer seus times jogarem bonito, Telê Santana tinha uma convicção nos seus métodos e escolhas. Nesse sentido, o técnico deixou de fora da Copa de 1982, na Espanha, nomes como os goleiros Emerson Leão e Raul, o titular foi o bom Waldir Perez, além de sequer levar para o banco o meia Adílio, do Flamengo.

1978 – Falcão

Algumas teorias cercam a não convocação de Falcão para a Copa de 1978, na Argentina. Comandada por Claudio Coutinho, a Seleção Brasileira foi eliminada de uma forma no mínimo ‘estranha’ naquele mundial. Se o meio de campo formado por Zico, Sócrates, Falcão e Toninho Cerezo encantou o mundo em 1982, quatro anos antes poderia ter o trio Rivellino, Zico e Falcão.
Por opção de Coutinho, o volante do Internacional foi preterido e Chicão foi o levado em seu lugar. Naquele mesmo ano, Falcão ganhou o prêmio Bola de Ouro como melhor jogador do Brasil.

1970 – Dirceu Lopes

Dirceu Lopes, o primeiro da esquerda para direita, Piazza ao centro e Tostão (Crédito:Divulgação)

Um dos maiores ídolos da história do Cruzeiro, Dirceu Lopes jogou em uma época que usar a camisa 10 era sinônimo de liderança técnica. O meia era o cérebro por trás do histórico Cruzeiro de 1966, capaz de quebrar a hegemonia das equipes do Rio de Janeiro e São Paulo no cenário nacional. Entretanto, daquele célebre time da raposa apenas Tostão e Piazza foram para Copa do Mundo de 1970.

1966 – Roberto Dias

Acervo São Paulo

Um dos maiores zagueiros da história do São Paulo, Roberto Dias viveu uma época de poucas conquistas no São Paulo, muito por conta da construção do estádio do Morumbi. O grande momento de Dias foi durante a década de 60, quando costumava marcar nomes como Pelé e Coutinho, que atuavam pelo Santos. Elogiado pela sua qualidade técnica, o defensor não conseguiu ser chamado para nenhuma Copa do Mundo, mas o mundial de 1966 talvez tenha sido a maior injustiça.

1958 – Evaristo de Macedo

Evaristo é o segundo da esquerda para esquerda agachado (Crédito:Arquivo Público)

Muitos do brasileiros conhecem Evaristo de Macedo como o folclórico treinador campeão brasileiro com o Bahia em 1988. No entanto, Evaristo foi um jogador de alta classe e de sucesso nos rivais Barcelona e Real Madrid. Como o mundo nos anos 50 era outro, acompanhar um jogador que atuava do outro lado do Atlântico não era tarefa das mais fáceis. Com isso, a então cultura de não convocar atletas que atuavam fora do Brasil deixou Evaristo de fora das Copas de 58 e também 62.

1930 – Friedenreich

Reprodução

Conhecido como o primeiro grande nome da história do futebol brasileiro, Friedenreich estaria entre os convocados da Copa do Mundo de 1930, no Uruguai. Porém, o atacante foi preterido por questões políticas após brigas entre as federações de São Paulo e Rio de Janeiro. Como o lado paulista decidiu boicotar a lista, Friedenreich ficou de fora, pois atuava no São Paulo.