Aos 50 anos de idade, Preta Gil retomou o tratamento oncológico, após receber um novo diagnóstico de câncer. A cantora, que entrou em remissão do câncer no intestino, tratado em 2023, gravou um vídeo no Instagram informando que a doença voltou em quatro lugares diferentes: dois linfonodos, no peritônio – com uma metástase –, e no ureter – com um nódulo.

“Eu tive um câncer no intestino que eu tratei, me curei dele, fui liberada pelos médicos completamente para seguir uma vida perto da normalidade. Estava indo muito bem na minha reabilitação e tenho exames periódicos para serem feitos enquanto estiver em remissão. Remissão é um período de cinco anos em que o câncer pode voltar. O meu câncer voltou.”

Metástase é a formação de uma lesão tumoral a partir de outra que já existiu naquele mesmo local ou em outro órgão do corpo, sem continuidade entre as duas.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), embora os cânceres metastáticos sejam, em sua maioria, incuráveis, alguns podem ter cura completa e o paciente ganha uma longa sobrevida. Até mesmo quando a pessoa está em tratamento paliativo (relacionado à impossibilidade de cura), é possível, sim, ter qualidade de vida por uma década ou mais.

Em entrevista ao site IstoÉ Gente, o oncologista *Wesley Pereira Andrade, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), explica uma opção de tratamento de um câncer metástico no peritônio.

“O peritônio é uma membrana que reveste o intestino por fora. São feitos implantes na superfície peritonial. Muitas vezes, o exame de imagem mostra uma lesão, mas, ocasionalmente, podemos ter outras pequenas lesões distribuídas no peritônio. Nesse caso, o tratamento tem o intuito de controlar a doença e tentar buscar a cura”, declara.

“A chance de cura vai depender de qual órgão está acometido e das estratégias para se tratar. Quando falamos de uma doença metastática sistêmica, quando o sangue está contaminado, aconselhamos que o tratamento indicado é por medicamentos que, em geral, é quimioterapia associada a imunoterapia, em alguns casos”, completa.

Por que a doença voltou?

Segundo o oncologista **Marcus Oliveira Silva, a causa é relativa. “A doença pode voltar, pode ter remissão completa, pode ser que tenha ficado algum resquício de célula tumoral para a doença ter voltado em outro local”, argumenta.

“Em alguns casos pode voltar no fígado, linfonodos no peritônio, pulmão ou até mesmo no rim”, diz.

Tratamento

O médico afirma que há diferenças de tratamento entre um câncer primário e um com metástase.

“O primeiro é feio em vias curativas, mas quando a doença se torna metastática, o cenário já muda um pouco e vai para o tratamento paliativo para tratar essas metástases em diferentes focos, geralmente com quimioterapia, para depois fazer um exame clínico e checar se essas metástases sumiram. Mas aí é de caráter paliativo”, explica.

*Wesley Pereira Andrade (CRM-SP 122593) é MD, Ph.D., mestre e doutor em Oncologia, além de mastologista e cirurgião oncologista, médico titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e médico titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). **Marcus Oliveira Silva (CRM: 8042/RQE: 6914), trabalha no Hospital da FAP, Campina Grande, formado na Inufacisa.