Durante o programa ‘Saia Justa’, do canal GNT, exibido na noite de quarta-feira, 13, Bela Gil fez uma revelação emocionante. A chef de cozinha contou que chegou a se oferecer para gestar um filho para sua irmã, Preta Gil, que faleceu aos 50 anos, no dia 20 de julho, em decorrência de um câncer de intestino, doença que enfrentava há mais de dois anos.
“Em determinado momento, minha irmã queria ter outro filho e iniciou o processo de congelamento de óvulos. Mas, por algum motivo, ela não poderia engravidar ou a gestação seria de risco. Conversando bastante, ela compartilhava suas preocupações com a família, e eu disse: ‘Posso engravidar por você’. Ela então perguntou se eu realmente faria isso, e eu respondi: ‘Claro que sim’”, recordou Bela, que é uma das apresentadoras fixas da atração.
Barriga solidária é permitida no Brasil
Popularmente chamado de “barriga de aluguel”, o procedimento é oficialmente conhecido como barriga solidária. Ele consiste em uma mulher ceder seu útero para gestar um bebê para outra pessoa ou casal, geralmente um familiar próximo. No Brasil, a prática é legal desde que siga as regras do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Bela também comentou sobre essas normas. “Aqui, a barriga de aluguel é permitida, mas não pode haver pagamento envolvido. Além disso, só pode ser feita para pessoas com parentesco de até quarto grau ou para casais homoafetivos. Existem outras situações autorizadas também. Lembro que conversávamos muito sobre isso, mas cada um tem sua trajetória, a vida seguiu outro caminho, e não aconteceu. Mas eu teria feito. Teria gerado o filho ou a filha dela. Seria o ‘forninho’, né?”, disse.
Preta Gil teve apenas um filho, Francisco Gil, com o ator Otávio Muller. O menino nasceu em 1995, quando Preta tinha 20 anos, mesma idade que teve seu filho. Sol de Maria, neta de Preta, hoje tem 9 anos. Bela Gil, irmã mais nova de Preta, tem 37 anos e é mãe de Flor Gil, de 16 anos, e Nino, de 9, frutos de seu casamento com João Paulo Demasi (JP).
O que é barriga solidária e quando é indicada?
De acordo com Dra. Paula Fettback ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana pela FEBRASGO, a barriga solidária é um processo em que uma mulher cede temporariamente seu útero para gestar e dar à luz uma criança que não é geneticamente sua. Diferente da chamada “barriga de aluguel”, comum em países onde há remuneração, no Brasil a prática só é permitida de forma altruísta, sem qualquer compensação financeira.
“No Brasil, só é autorizada a cessão temporária de útero quando há impedimento médico para a gestação ou em casos de casais homoafetivos que desejam ter filhos. A mulher que irá gestar precisa ser parente consanguínea de até quarto grau de um dos pais ou ter autorização do Conselho Regional de Medicina caso não haja vínculo familiar”, explica a especialista.
O processo envolve avaliação médica e psicológica de todas as partes, contrato formal e acompanhamento durante toda a gestação. A futura mãe ou o futuro pai biológico fornece o material genético (óvulo ou espermatozoide), que é utilizado na fertilização in vitro. O embrião é transferido para o útero da cedente, que leva a gestação até o parto.
Segundo a Dra. Paula Fettback, essa alternativa pode ser indicada em situações como ausência de útero, doenças que contraindiquem a gestação, histórico de abortamentos recorrentes sem causa tratável, além de casais masculinos ou casos específicos de casais femininos.
“É um gesto de amor e solidariedade que permite realizar o sonho de formar uma família, respeitando sempre as regras éticas e legais do país”, reforça.
No Brasil, a criança nasce já com o registro no nome dos pais, e o nome da cedente do útero não consta na certidão de nascimento. Todos os custos médicos, de pré-natal e parto ficam sob responsabilidade dos pais.