Pressionado, o São Paulo começa neste sábado a sequência que pode determinar o rumo do time na temporada. A partir das 19h, a equipe visita o Internacional no Beira-Rio, pelo Brasileirão. Uma vitória deixa o São Paulo na segunda colocação do campeonato, ultrapassando justamente o Inter, mas um tropeço deve fazer a equipe perder posições ao final da 12ª rodada.

Após a partida no Beira-Rio, a delegação são-paulina permanece em Porto Alegre e viaja na segunda-feira para a Argentina, onde terá pela frente o River Plate na quarta. Se a situação no Brasileirão ainda é “confortável”, na Copa Libertadores a equipe não pode perder para ainda ter chance de classificação às oitavas de final. Mesmo se vencer o River, o São Paulo não dependerá apenas de si na última rodada da fase de grupos para avançar ao mata-mata. Um empate deixaria o time precisando de “milagre”, envolvendo resultados e saldo de gols.

A pressão sobre o técnico Fernando Diniz, os jogadores e a diretoria continua enorme. Na sexta-feira, no embarque da delegação para Porto Alegre, um grupo de cerca de 20 torcedores protestou no aeroporto. A manifestação teve xingamentos aos atletas, ao treinador e ao diretor executivo de futebol, Raí.

Os torcedores também chamaram o time de “sem-vergonha” e pediram “muito respeito com a camisa tricolor”. Além do protesto no embarque do elenco, houve manifestação no mesmo dia no Morumbi, onde faixas pedindo a saída de Diniz, Lugano (diretor de relações institucionais), Raí e Alexandre Pássaro (gerente de futebol) foram penduradas em frente ao portão principal do estádio.

O São Paulo convive com o ambiente conturbado desde a retomada do futebol após a paralisação provocada pela pandemia do novo coronavírus. A pressão aumentou com os quatro jogos sem vitória e a situação complicada na Libertadores. Antes, já havia ocorrido protestos depois da eliminação vexatória para o Mirassol nas quartas de final do Paulistão.

Apesar da pressão, Fernando Diniz tem sido bancado no cargo pela diretoria. Ele fez cobranças aos jogadores após a derrota por 4 a 2 para a LDU, na última terça-feira, no Equador. A postura da equipe na partida incomodou o treinador. O São Paulo sofreu três gols ainda no primeiro tempo e escapou de levar uma goleada.

Para o jogo deste sábado, Diniz fará mudanças na equipe. O meia Daniel Alves volta após recuperar-se de fratura no antebraço. O atacante Luciano também retorna depois de ter cumprido suspensão na Libertadores – ele ainda tem mais um jogo de gancho e não poderá enfrentar o River Plate. O lateral-direito Juanfran, que tinha ido para a Espanha por causa de problemas familiares, está novamente à disposição, mas deve iniciar no banco de reservas.

Diniz completa neste sábado exatamente um ano como técnico do São Paulo. Mais longevo no cargo desde Muricy Ramalho, em 2015, ele sabe que poderá ser demitido se a equipe não mostrar reação nesta sequência decisiva. O treinador comandou o time em 44 jogos, com 20 vitórias, 11 empates e 13 derrotas, aproveitamento de 53,8%.

Questionado sobre a possibilidade de perder o cargo caso o São Paulo tropece nos próximos jogos e não consiga a classificação na Libertadores, Diniz disse se apegar às chances de reação. “Essa pergunta eu já respondi muitas vezes. No São Paulo, não tem que ter medo de ser demitido, pelo contrário, é tentar melhorar o time e lutar até o fim, acreditar nas possibilidades que ainda temos”.

DANIEL ALVES VOLTA – O São Paulo terá o reforço de Daniel Alves, recuperado da fratura no antebraço direito sofrida há exatamente um mês. Durante a recuperação, o jogador causou polêmica nas redes sociais ao postar imagens tocando instrumento de percussão no último domingo. Após críticas de torcedores, Daniel Alves ironizou o episódio com novas postagens. Em protesto no sábado, torcedores cantaram: “Daniel, vai se f*****, o São Paulo não precisa de você”.