LONDRES, 22 MAI (ANSA) – Após a repercussão negativa de seu novo plano para o Brexit, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, recuou nesta quarta-feira (22) da ideia de levar o texto para votação no Parlamento em 3 de junho.   

Segundo a premier, o objetivo é submetê-lo a voto na Câmara dos Comuns “antes do recesso parlamentar” de verão, em julho. A declaração foi dada após questionamento de seu companheiro de Partido Conservador Iain Duncan Smith.   

O novo plano de May para o Brexit inclui propostas defendidas pelo Partido Trabalhista, como uma união aduaneira “temporária” para bens com a União Europeia e a manutenção dos padrões do bloco para tutela de trabalhadores e do meio ambiente.   

Apesar disso, a oposição ainda não se sente atendida pelas alterações e tenta forçar a queda da primeira-ministra e a convocação de eleições antecipadas. Também há movimentações no Partido Conservador para afastar May.   

“Theresa May não tem mais autoridade para negociar”, disse o líder do partido, Jeremy Corbyn, nesta quarta-feira.   

Alterações – O novo texto obriga o Reino Unido a propor, até o fim de 2020, uma alternativa para o “backstop”, mecanismo que prevê a manutenção de fronteiras abertas entre Irlanda do Norte e República da Irlanda caso Londres e Bruxelas não cheguem a um acordo comercial no perído de transição.   

O projeto ainda determina que, caso o backstop entre em vigor, a Irlanda do Norte permanecerá alinhada com o restante do Reino Unido em questões alfandegárias.   

A nova proposta de May também prevê a possibilidade de a Câmara dos Comuns convocar um segundo plebiscito sobre o Brexit. A última cartada da premier chega após semanas de negociações fracassadas com o Partido Trabalhista.   

Inicialmente marcada para 29 de março, a separação foi adiada para 31 de outubro, o que fará o Reino Unido participar das eleições para o Parlamento Europeu, de 23 a 26 de maio. (ANSA)