Os juros futuros fecharam a sessão regular em alta, mais expressiva na ponta longa, que melhor reflete a percepção de risco político dos investidores. Os resultados da pesquisa Datafolha, sobre a corrida presidencial, mantiveram-se como o principal fator a conduzir os negócios nesta terça-feira, 11, mas a pressão maior foi vista pela manhã. À tarde, as taxas reduziram a alta e bateram mínimas, em movimento considerado técnico, de ajuste de posições, após o forte estresse da manhã, quando, nos vencimentos longos, as taxas chegaram a subir mais de 20 pontos-base.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 8,53%, de 8,50% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2021 encerrou em 9,85%, de 9,79% no ajuste de segunda-feira. A taxa do DI para janeiro de 2023 terminou em 11,63%, de 11,54%, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 12,33% para 12,42%.

“O dia foi bem turbulento: a guerra comercial volta a ter um pouco de impacto mas o grande fator é local, com as pesquisas de ontem, sobretudo a do Datafolha”, disse Renan Sujii, estrategista de renda fixa da GS Research.

Na pesquisa, ele destaca entre os pontos negativos para as aspirações do mercado “o crescimento bem incipiente de Alckmin”, a “desidratação de Marina, com votos indo para Haddad e Ciro” e “aumento do risco Ciro”, além da oscilação do candidato Jair Bolsonaro (PSL), que foi positiva mas dentro da margem de erro.

A pesquisa, registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-02376/2018, mostrou que Bolsonaro oscilou de 22% em agosto para 24% no levantamento divulgado na segunda-feira e quatro candidatos estão tecnicamente empatados na segunda colocação, no limite da margem de erro, que é de dois pontos porcentuais.

Ciro Gomes (PDT) subiu de 10% para 13%. Marina Silva (Rede) caiu de 16% para 11%. Geraldo Alckmin (PSDB) oscilou de 9% para 10%. Fernando Haddad cresceu de 4% para 9%. Haddad foi oficializado como o substituto do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva como candidato do PT à Presidência na tarde desta terça, o que era amplamente esperado pelo mercado.

Nas simulações de segundo turno, Jair Bolsonaro perde para Ciro, Alckmin e Marina Silva. Contra Haddad, o deputado federal aparece tecnicamente empatado.

Em comentário enviado a clientes, o UBS avaliou nesta terça que os preços dos ativos não refletem o resultado mais provável do primeiro turno da eleição. A avaliação do banco é que, a exemplo do que aconteceu nas eleições de 2002, o pico de volatilidade acontecerá nas semanas entre o primeiro e o segundo turno.

Nos demais ativos, o dólar à vista era negociado em R$ 4,1614 (+1,92%), longe da máxima de R$ 4,1792 atingida ainda pela manhã, às 16h25. Nas ações, o Ibovespa recuava 2,36%, aos 74.630,89 pontos, com expressivas perdas em papéis do setor financeiro – Itaú Unibanco PN (-3,58%) e BB ON (-4,11%).