Presos de um grande complexo prisional localizado em Guayaquil, no Equador, protestaram, nesta segunda-feira (14), contra a transferência para um presídio de segurança máxima de um chefe do narcotráfico acusado por um candidato à Presidência de tê-lo ameaçado, informaram autoridades.

Os detentos subiram no telhado de duas das cinco prisões do complexo, informou a autoridade penitenciária SNAI. Autoridades não reportaram incidentes ou vítimas.

No contexto de uma megaoperação militar e policial, José Adolfo “Fito” Macías, chefe do temido grupo “Los Choneros”, foi transferido no último sábado para uma prisão de segurança máxima localizada no mesmo complexo, da qual fugiu, anos atrás, com outros líderes criminosos.

O candidato à Presidência Fernando Villavicencio (centro), morto a tiros na última quarta-feira por um pistoleiro colombiano quando saía de um comício em Quito, havia acusado Fito de tê-lo ameaçado de morte.

Manifestações também ocorreram do lado de fora do complexo prisional e reuniram 400 motociclistas, segundo a polícia. A segurança no entorno do local foi reforçada com o apoio de militares.

Condenado a 34 anos de prisão por crime organizado, tráfico de drogas e homicídio, Macías está preso desde 2011 e lidera o grupo criminoso Los Choneros, o mais poderoso do país, aliado do cartel mexicano de Sinaloa.

Organizações criminosas ligadas ao narcotráfico travam uma guerra pelo poder no Equador, país onde a taxa de homicídios subiu para 26 por 100 mil habitantes em 2022, quase o dobro da registrada no ano anterior.

Após a transferência de Fito, circularam nas redes sociais vídeos com supostas mensagens de presos do Los Choneros e de outros grupos aliados ameaçando com mais violência caso ele não seja devolvido à prisão onde estava, onde cumpria pena com certo conforto.

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