Preso na Alemanha gambiano suspeito de participar em assassinato de jornalista da AFP

Preso na Alemanha gambiano suspeito de participar em assassinato de jornalista da AFP

Um gambiano, preso nesta terça-feira na Alemanha, foi colocado em prisão provisória, anunciou nesta quarta-feira (17) o Ministério Público Federal, suspeito de ter participado do assassinato em 2004 de três pessoas na Gâmbia, uma delas correspondente da AFP.

Apresentado pela imprensa alemã como Bai Lowe, ele é suspeito de estar envolvido no assassinato a tiros em 16 de dezembro de 2004 de um jornalista gambiano e correspondente da AFP, Deyda Hydara, segundo fontes concordantes.

O indivíduo, detido em Hannover no noroeste do país, estava na mira das autoridades judiciais por crimes contra a humanidade em seu país, entre 2003 e 2006, segundo o MP de Karlsruhe.

De dezembro de 2003 a dezembro de 2006, foi motorista de uma unidade de forças armadas responsável por assassinar pessoas críticas ao governo do país, segundo a mesma fonte.

Deyda Hydara foi considerado o chefe dos jornalistas deste pequeno país da África do Oeste. De 58 anos, pai de quatro filhos, co-fundador do jornal privado The Point, também era correspondente da Agencia France-Presse (AFP) há 30 anos e do Repórteres Sem Fronteiras (RSF) na Gâmbia.

Em 2019, na comissão “Verdade, Reconciliação e Reparação” (TRRC) na Gâmbia, ex-membros de um esquadrão da morte a serviço pessoal do ex-presidente gambiano Yahya Jammeh admitiram terem assassinado o jornalista Deyda Hydara, mais de 50 migrantes em uma praia e ex-colaborares de Jammeh, de quem suspeitavam que queriam derrubá-lo.

A Justiça alemã aplica o princípio de “jurisdição universal” que permite julgar crimes na Alemanha independente do lugar no mundo em que tenham sido cometidos.