CODOGNO, 02 JUN (ANSA) – O presidente da Itália, Sergio Mattarella, visitou nesta terça-feira (2) a cidade de Codogno, “marco zero” da pandemia do novo coronavírus no país.   

A visita ocorreu por ocasião do Dia da República, quando a Itália celebra os 74 anos do referendo que decidiu o regime político no país após a Segunda Guerra Mundial, encerrando a monarquia.   

Mattarella foi recebido pelo prefeito Francesco Passerini e pelos aplausos e gritos de “obrigado” dos moradores, que lotaram a principal praça da cidade para tirar uma foto do chefe de Estado. O governador da Lombardia, Attilio Fontana, também participou da cerimônia.   

“A partir de Codogno, onde começou nosso percurso de sofrimento, queremos reiterar os valores da Constituição, recordando novamente nossos tantos conterrâneos mortos pelo coronavírus e renovando a solidariedade a seus familiares”, disse o presidente da República.   

Mattarella ainda visitou o cemitério da cidade e depositou uma coroa de flores em memória das vítimas do novo coronavírus.   

Situada na Lombardia, Codogno tem 16 mil habitantes e descobriu os primeiros casos de transmissão interna do Sars-CoV-2 na Itália, na madrugada entre 20 e 21 de fevereiro.   

A cidade foi colocada em lockdown no dia 23, inclusive com toque de recolher, e permaneceu nessa condição até 8 de março quando o primeiro-ministro Giuseppe Conte editou um decreto impondo restrições à circulação na Lombardia e em províncias de outras quatro regiões.   

O mesmo texto determinou o fim do lockdown em Codogno, que passou a se adequar às novas normas impostas pelo governo, um pouco menos rígidas que o isolamento total que vigorava até então.   

O decreto, mais tarde estendido a todo o país, permitia que cidadãos saíssem de casa em algumas situações, como para comprar alimentos e por motivos de trabalho, saúde ou familiares. “Aqui na Prefeitura de Codogno, está presente a Itália da solidariedade, da coragem. Queremos recomeçar a partir daqui, com grande esperança no futuro”, disse Mattarella nesta terça. Já o prefeito Passerini afirmou que instituirá 21 de fevereiro como dia para recordar as vítimas do coronavírus. “Esperamos que essa data se torne nacional”, declarou. Desde aquele fatídico dia, a Itália registou mais de 233 mil casos e cerca de 33,5 mil mortes pelo novo coronavírus, mas dá indícios de ter conseguido controlar a pandemia. (ANSA)