O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, iniciou nesta quarta-feira (10), na Lituânia, uma visita surpresa aos países bálticos, fiéis apoios de Kiev, enquanto outros aliados hesitam em fornecer mais ajuda.

“Estônia, Letônia e Lituânia são os nossos amigos de confiança e os nossos parceiros de princípio. Hoje cheguei a Vilnius antes de ir para Tallinn e Riga”, declarou o presidente ucraniano na rede social X, anunciando reuniões com autoridades de alto escalão desses países.

“A segurança, a integração da UE e da OTAN, a cooperação em matéria de guerra eletrônica e de drones, assim como manter a coordenação do apoio europeu estão na ordem do dia”, afirmou.

A passagem por essas antigas repúblicas soviéticas, agora integradas à OTAN e à UE, é a primeira viagem oficial de Zelensky ao exterior em 2024.

Nas últimas semanas, a Ucrânia recebeu intensos bombardeios russos, aos quais respondeu com ataques à cidade russa de Belgorod, localizada perto da fronteira.

Zelensky continua a pedir apoio militar aos seus aliados. No mês passado, reuniu-se com representantes dos Estados Unidos, da Alemanha e da Noruega para tratar do assunto.

Um programa de ajuda da UE de 50 bilhões de euros (US$ 54,75 bilhões, ou R$ 268,8 bilhões na cotação atual) está bloqueado em Bruxelas pelo veto da Hungria. Nos Estados Unidos, o Congresso está dividido quanto ao envio de ajuda adicional a Kiev.

Ante a escalada de ataques contra a Ucrânia, o presidente lituano, Gitanas Nauseda, pediu na semana passada aos aliados ocidentais a entrega de sistemas de defesa aérea a Kiev.

“Os ucranianos fazem maravilhas com a defesa aérea fornecida pelo Ocidente, mas precisam de mais”, escreveu ele no X.

A Lituânia é o maior doador da Ucrânia em proporção à sua riqueza, com uma ajuda governamental de quase 1,4% de seu Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com o Kiel Institute.

Os outros dois países bálticos, Estônia e Letônia, aparecem na segunda e quinta posições, com ajudas equivalentes a 1,3% e 1,1% de seu PIB.

Mas a ajuda global prometida à Ucrânia entre agosto e outubro de 2023 caiu quase 90% em comparação com o mesmo período de 2022, atingindo seu nível mais baixo desde o início da guerra em fevereiro de 2022, segundo este instituto alemão.

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