O presidente ucraniano Volodomir Zelenski acusou nesta terça-feira (14) a Alemanha de impedir a entrega de armas defensivas a Kiev, em pleno contexto de tensões com Moscou, suspeita de preprar uma invasão ao seu vizinho.
“A Alemanha nos impediu há pouco tempo de obter encomendas de fuzis antidrone e de sistemas contra os atiradores de elite, no marco da (cooperação com) a Otan, que são armas exclusivamente de defesa”, declarou Volodomir Zelenski em entrevista ao jornal italiano La Repubblica.
“Qualquer Estado democrático que se protege de um ataque deve ter o direito de comprar esse tipo de instrumento defensivo. Mas em algumas capitais, sempre domina o terror”.
Na segunda-feira, ao ser questionado pelo suposto bloqueio de entregas à Ucrânia, um porta-voz da diplomacia alemã se recusou a comentar “decisões confidenciais da Aliança”.
A responsável da diplomacia alemã Annalena Baerbock se esquivou da pergunta nesta terça-feira e se limitou a expressar “a solidariedade total com a Ucrânia”.
Kiev afirmou em novembro seu desejo de comprar mais armas defensivas do Ocidente, contra a “agressividade” da Rússia.
O leste da Ucrânia é palco, desde 2014, de uma guerra com os separatistas pró-Rússia, supostamente ajudados pelo Kremlin. O conflito começou depois da anexação da península da Crimeia pela Rússia e que deixou mais de 13.000 mortos.
Nessas últimas semanas, a tensão continua aumentando. O Ocidente acusa o Kremlin de preparar uma invasão na Ucrânia e multiplica as advertências para a Rússia.
Neste contexto, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ameaçou na semana passada aplicar sanções “nunca vistas” ao seu homólogo russo Vladimir Putin em caso de ataque à Ucrânia.
Até o momento, esses esforços não deram resultados, disse Zelenski nesta terça-feira. “Agradecemos o apoio, mas no momento esses esforços coletivos não bastam”, para mudar a política de Moscou.