O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, viaja nesta sexta-feira (31) para o sudeste do país, região devastada pelo terremoto de 6 de fevereiro, para lançar oficialmente sua campanha eleitoral de olho na reeleição após duas décadas no poder.

Erdogan, de 69 anos, multiplica suas promessas de reconstruir as zonas atingidas pelo terremoto a seis semanas da votação, que acontecerá em 14 de maio e na qual o voto dos jovens será decisivo. Hoje, 70% dos eleitores têm menos de 34 anos.

O resultado das eleições determinará o futuro deste país imerso em uma crise econômica e com inflação galopante.

O chefe de Estado enfrenta três candidatos validados esta semana pela Comissão Eleitoral, entre eles Muharrem Ince, que se opôs a Erdogan em 2018; Sinan Ogan, ex-deputado de extrema direita; e Kemal Kiliçdaroglu, que lidera o principal partido de oposição, o CHP.

Kiliçdaroglu, um economista de 74 anos e funcionário de alto escalão do governo, lidera uma aliança de seis partidos que reúne tanto legendas de esquerda, como da direita nacionalistas. Ele também recebeu o apoio tácito do partido pró-curdo HDP (10%-13% dos eleitores), cujo líder, Selahattin Demirtas, encontra-se preso.

De acordo com uma pesquisa do instituto TAG Research, 51,8% dos eleitores votariam a favor de Kiliçdaroglu, e 42,6%, de Erdogan.

Nas últimas semanas, Erdogan multiplicou suas visitas aos sobreviventes do terremoto, que deixou mais de 50.000 mortos, três milhões de deslocados e centenas de milhares de afetados. Durante as viagens, aparece na televisão abraçando a velhinhas e crianças.

Já o líder do CHP se dirige a seus seguidores por meio de vídeos publicados no Twitter de sua cozinha mal iluminada. Sua última gravação na quinta-feira, na qual se dirigiu a mulheres conservadoras, teve 3,3 milhões de visualizações.

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