O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, chegou a Pyongyang nesta terça-feira para sua terceira cúpula com Kim Jong Un, enquanto tenta reiniciar as negociações de desnuclearização entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos.

Centenas de pessoas se alinharam no asfalto do aeroporto internacional de Pyongyang – onde Kim supervisionou o lançamento de mísseis no ano passado enquanto as tensões aumentavam – exibindo bandeiras norte-coreanas e da península não dividida.

Kim recebeu pessoalmente o seu convidado no Aeroporto Internacional de Pyongyang, onde os dois dirigentes se abraçaram após Moon descer as escadas do avião. Os dois líderes, acompanhados de suas esposas, riram durante alguns minutos.

“Abramos uma era de paz e de prosperidade graças à solidariedade de um povo”, dizia um cartaz colocado no aeroporto.

Moon, cujos pais fugiram do Norte durante a Guerra da Coreia, passará três dias na Coreia do Norte, seguindo assim os passos de seus antecessores Kim Dae-jung, que viajou a Pyongyang no ano 2000, e Roh Moo-hyun, seu mentor e que visitou o vizinho em 2007.

O presidente viajou à capital norte-coreana acompanhado de dirigentes de várias companhias, incluindo o herdeiro da Samsung, Lee Jae-yong, visando reforçar a cooperação econômica entre as duas Coreias.

Lee Jae-yong é o vice-presidente da Samsung Electronics e figura-chave do grupo, cujo faturamento representa um quinto do PIB da Coreia do Sul.

Os executivos da SK e da LG também integram a delegação oficial de Moon, assim como Kim Yong-hwan, vice-presidente da Hyundai Motor Group, grupo cujo fundador era um refugiado do Norte.

A delegação sul-coreana tem cerca de 200 pessoas, incluindo o chefe da inteligência sul-coreana, os ministros das Relações Exteriores e da Defesa, empresários e personalidades da cultura, religião e até figuras esportivas.

Moon, que foi eleito no ano passado defendendo a retomada do diálogo com o Norte depois de anos de crescente tensão em razão do programa nuclear de seu vizinho, trabalha para a retomada dos projetos de cooperação intercoreanos, apesar das muitas sanções econômicas internacionais.

Esta visita pouco frequente é mais um sinal do atual degelo na península, que já permitiu uma primeira cúpula intercoreana, no final de abril, na localidade de Panmunjom, situada na Zona Desmilitarizada que separa as duas Coreias.

O presidente sul-coreano, que voltou a se reunir com Kim em maio, teve um papel-chave para permitir a cúpula histórica entre o líder norte-coreano e o presidente americano, Donald Trump, em 12 de junho em Singapura.

Na ocasião, Kim se comprometeu a obter “a desnuclearização da península”, uma meta confusa que permite todo tipo de interpretação. De fato, Washington e Pyongyang ainda tratam de chegar a um acordo sobre o significado exato deste compromisso.

Moon e Kim, que mostraram uma boa relação pessoal durante seus encontros anteriores, se reunirão ao menos duas vezes em Pyongyang.

O presidente sul-coreano tentará convencer as autoridades do Norte a adotar medidas significativas para o desarmamento.