A senadora Kátia Abreu (PP-TO) foi a convidada da live de IstoÉ nesta terça-feira (1°). A parlamentar sobre a forma como Bolsonaro conduz o combate à pandemia, ela avalia que existe uma falta de organização.

“Faltou senso de responsabilidade do presidente e de uma ação global. O presidente da República não precisa ter postura de Santo, mas também não precisa ser o Demônio”, ressalta.

Empresária e pecuarista, a congressista é filiada ao Partido Progressistas. Ela que foi ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento durante o segundo governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, foi a primeira mulher a ocupar a pasta, defende a ex-presidente e comenta, lógico, sobre o setor. A senadora também destacou que “é hora de modernizamos o país”.

Para ela, a gestão do Ministério da Agricultura está no rumo certo, com números surpreendentes e que ainda têm espaço para avançar.

“A agricultura está salvando a lavoura. É um mérito do agronegócio definido há anos. Construímos a maior agricultura tropical do mundo”, afirma.

Kátia também destacou a atuação da atual ocupante da pasta, ministra Tereza Cristina. “Uma excelente ministra que tem feito um bom papel à frente do ministério, como os ocupantes anteriores. Ela não se meteu a ser uma ministra bolsominion.”

Na análise da política ambiental do governo Jair Bolsonaro, a senadora avalia que vem sendo tratada com uma certa displicência e apontou que o desmatamento prejudica a imagem da agricultura brasileira no exterior.

Em relação às queimadas, ela diz que “estamos passando por um problema desnecessário. A preservação ambiental põe dinheiro no bolso”. Ela destaca  que o desmatamento não é inteligente do ponto de vista econômico e que atinge a imagem da agricultura brasileira depois de o setor construir uma imagem extraordinária no exterior. “Somos gigantes na agricultura. Hoje, a questão ambiental é uma bandeira universal”.

A senadora foi candidata à vice-presidente do Brasil nas eleições presidenciais de 2018, como vice de Ciro Gomes, e é incansável defensora da queda dos impostos. Primeira mulher do Tocantins eleita Senadora da República, em 2006, Kátia Abreu foi reeleita em 2014.

No seu primeiro mandato, empreendeu um grande movimento nacional pela extinção da CPMF. “Eu votarei contra a CPMF”, avisa. No entanto, ela diz que não existe uma “bala de prata” para resolver os problemas econômicos do País.

“Vamos sair dessa crise com muito sofrimento”, diz.

Ela afirma que o ministro da economia, Paulo Guedes, errou ao diminuir o investimento público em projetos importantes antes da pandemia, mas que apoia as propostas de modernização do Estado brasileiro.

A senadora acrescentou ainda que, além das reformas e regulamentações, é necessário manter o teto de gastos.

“Chegou a hora de dar resultados, o copo encheu.”

Segundo a senadora, o principal foco da reforma não é só fiscal.

“Estamos com rombo fiscal de mais 800 bilhões de reais até o final do ano, mas nada que não possa ser consertado. Estamos no caminho certo [de fazer as reformas]. Se desviar, se brincar de ser populista e ser demagogo com o chapéu do outro. Aí, nós vamos ficar afundados para o resto da vida”, conclui.