Presidente mexicano diz que proteção em frente ao palácio presidencial ‘não são por medo’ das feministas

Presidente mexicano diz que proteção em frente ao palácio presidencial 'não são por medo' das feministas

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou neste sábado (6) que as cercas de metal com as quais o palácio presidencial foi protegido diante das manifestações de 8 de março não são “por medo”, mas para evitar “provocações”.

Enormes barricadas, com cerca de três metros de altura, foram colocadas na sexta-feira ao redor do Palácio Nacional e de outros edifícios emblemáticos da Cidade do México, incluindo o Palácio de Belas Artes, onde acontecerá a marcha comemorativa do Dia da Mulher.

“Não se confunda, não é medo. (…) Não é por isso que estão colocando (as cercas), é para que não haja provocação”, ressaltou López Obrador durante compromisso oficial no estado de Yucatán.

No México, onde uma média de dez mulheres são assassinadas por dia – segundo dados oficiais – as manifestações feministas são frequentes, culminando em pichações em prédios públicos e monumentos históricos, além de ataques a policiais.

“É nossa obrigação garantir paz e tranquilidade, sem repressão (…). Prefiro essa proteção do que forças de segurança e mulheres protestem frente a frente”, acrescentou López Obrador.

O líder esquerdista garantiu que defende os direitos das mulheres e que os protestos são organizados por seus adversários políticos.

“Eles têm todo o direito de protestar, de se manifestar, mas há muita provocação, (há) muitas pessoas que se infiltram e procuram causar danos, usam a violência como forma de protesto”, afirmou.

A marcha de segunda-feira na capital mexicana e em outras cidades do país junta-se a outros protestos em todo o mundo para comemorar o Dia Internacional da Mulher.

Os protestos no México acontecerão em meio à fúria de grupos feministas pelo apoio que o presidente mexicano deu a um candidato governista que pleiteia o cargo de governador do estado de Guerrero, acusado de estupro por várias mulheres.

“México, o país onde paredes, monumentos e edifícios são mais cuidados do que a vida das mulheres”, escreveu a deputada feminista Martha Tagle no Twitter.

Cerca de 967 mulheres foram vítimas de feminicídio no México no ano passado, segundo dados oficiais.