O presidente francês, Emmanuel Macron, e sua esposa apresentarão provas “científicas” e fotos para demonstrar que Brigitte Macron é uma mulher, na ação por difamação que moveram contra uma influenciadora americana, confirmou nesta sexta-feira (19) um de seus advogados.
O casal presidencial processou a podcaster de extrema-direita Candace Owens por ter propagado e explorado informações falsas que circulam há vários anos na internet segundo as quais Brigitte Macron seria transgênero.
Em um podcast da BBC, o advogado Tom Clare indicou que os reclamantes apresentarão provas “científicas” de que a senhora Macron é uma mulher.
“Também serão apresentados os testemunhos de especialistas, que serão de natureza científica e que também demonstrarão a falsidade das declarações” da influenciadora aos seus milhões de seguidores, disse o advogado, mas sem dar detalhes sobre o tipo de provas.
“Ainda não é momento de revelar toda a nossa estratégia”, comentou Clare.
Mas “estamos prontos para demonstrar de forma exaustiva, tanto geral quanto especificamente, que o que ela disse sobre Brigitte Macron é falso”, acrescentou.
As declarações de Clare à BBC foram confirmadas à AFP pelo escritório de relações públicas do advogado.
Os demandantes também apresentarão fotografias de Brigitte Macron com seus filhos ou grávida, detalhou o defensor, que destacou que o casal aceitou essa medida com pouca satisfação.
“É evidente que é extremamente doloroso para essa família recorrer a um tribunal e levar essas provas”, ressaltou. Mas o casal quer “acabar com essas mentiras de uma vez por todas”.
A desinformação, que se repete com frequência na França desde a primeira eleição de Emmanuel Macron em 2017, prospera nos Estados Unidos através de Candace Owens. Em janeiro de 2025, a influenciadora divulgou uma série de vídeos intitulados “Tornando-se Brigitte”.
Na França, duas mulheres foram condenadas em 2024 a pagar uma indenização por difamação a Brigitte Macron e a seu irmão Jean-Michel Trogneux por desinformar amplamente dizendo que a esposa do presidente francês nunca havia existido e que Jean-Michel assumiu essa identidade após ter mudado de sexo.
Em julho, Natacha Rey e Amandine Roy foram absolvidas após um recurso, e Brigitte Macron e seu irmão recorreram à Corte de Cassação.
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