Pressionado a encontrar uma saída para a crise dos “coletes amarelos”, que desestabiliza o poder, o presidente francês, Emmanuel Macron, encontrou-se nesta segunda-feira (10) com parceiros sociais e líderes políticos, antes de um pronunciamento crucial à noite.

Durante várias horas, Macron consultou 37 pessoas, incluindo o primeiro-ministro, Edouard Philippe, e 12 membros do governo, líderes dos principais sindicatos e empregadores, bem como os presidentes da Assembleia Nacional, do Senado e de associações de coletivos locais.

Sem se pronunciar desde as manifestações violentas de 1º de dezembro, Macron finalmente discursará às 19h GMT (17h de Brasília) no palácio do Eliseu.

Ele apresentará “medidas concretas e imediatas”, assegurou no domingo a ministra do Trabalho, Muriel Pénicaud.

O presidente francês precisa encontrar uma maneira rápida de acabar com a crise para apaziguar o descontentamento popular.

Uma solução para a crise permanece incerta, já que a divisão social parece profunda entre, de um lado, os franceses que têm a sensação de escorregar para a pobreza e de não serem ouvidos pelas elites e, por outro lado, o governo de Emmanuel Macron, regularmente acusado de ser o “presidente dos ricos”.

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Os “coletes amarelos” criticam, em particular, a abolição de um imposto sobre a riqueza, vendo-o como um presente para os mais ricos.

No sábado, após novas manifestações marcadas por confrontos e por um número recorde de detenções (quase 2.000), o primeiro-ministro Edouard Philippe pediu “diálogo” e “união nacional”.

Os “coletes amarelos” reivindicam mais justiça social, maior poder de compra, impostos mais baixos, assistência à mobilidade, mas também um redesenho do sistema político e uma democracia mais participativa.

Destaque dos “coletes amarelos” na região de Paris, Laetitia Dewalle estimou nesta segunda-feira que o movimento tem “pouca esperança” de ver o presidente anunciar “medidas fortes e concretas”.

“Todos os anúncios do primeiro-ministro na semana passada foram desconectados da realidade. Temo que os anúncios desta noite não resultem em nada concreto”, disse ela.

Enquanto isso, não param de aumentar no país as preocupações com o impacto econômico de uma crise que está entrando em sua quarta semana.

Muitas lojas preferiram não abrir em Paris e em outras partes nos últimos sábados, o que representa perdas importantes com a chegada das festas de fim de ano.

Os problemas relacionados às manifestações vão provocar uma queda de 0,1 ponto de crescimento para a França no último trimestre deste ano, segundo o ministro das Finanças, Bruno Le Maire.

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