O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, foi reeleito para um novo mandato de cinco anos com 67,17% dos votos no segundo turno, disputado em 12 de agosto.

A participação no segundo turno foi de 34,54%, informou nesta quinta-feira o ministro da Administração Territorial, Mohamed Ag Erlaf, ao canal de televisão público ORTM.

O opositor Soumaila Cissé recebeu 32,83% dos votos.

Em 2013, os mesmos candidatos se enfrentaram no segundo turno e Keita foi eleito com 77,6% dos votos.

O chefe de campanha do candidato de oposição, Soumaila Cissé, reagiu de imediato ao anúncio da vitória de Boubacar Keita.

“Não reflete a verdade das pesquisas e será contestada por todos os meios democráticos, inclusive no tribunal”, disse quinta-feira um fechamento do candidato do oposição Soumaïla Cissé.

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“Estes são seus resultados, eles não refletem a verdade das pesquisas”, declarou Tiébilé Dramé.

Segundo ele, a oposição vai apelar para o tribunal constitucional para que os resultados fraudulentos sejam anulados em algumas zonas eleitorais.

“Sabe, quando você abate uma galinha, ela luta antes de desistir. Nós não os culpamos por isso, é a democracia”, ironizou Drissa Kanambaye, da equipe de campanha do candidato vencedor.

No primeiro turno, Keita, de 73 anos, obteve 41,70% dos votos, contra os 17,78% de Cissé, um ex-ministro das Finanças de 68 anos que não conseguiu unir a oposição entre os dois turnos.

A União Europeia enviou observadores para acompanhar a votação em que mais de oito milhões de eleitores foram convocados para comparecer a um dos 23.000 colégios eleitorais

Os observadores da UE pediram às autoridades que não limitassem a liberdade de expressão, assim como dessem garantias ao acesso sem obstáculos à internet e às redes sociais.

Curiosamente, poucas horas antes do anúncio dos resultados, não era possível acessar a internet nos telefones celulares das principais operadoras do país.

Keita iniciará o novo mandato no dia 4 de setembro com um objetivo prioritário: aplicar o acordo de paz datado de 2015 com a antiga rebelião da maioria tuaregue, em uma país que permanece sob a ameaça dos extremistas, apesar de cinco anos de intervenções militares internacionais.

O acordo ainda não entrou em vigor.

O pacto foi firmado após a intervenção do Exército francês que, em 2013, retomou o controle do norte do país, onde os extremistas instauraram a sharia por um ano.

A votação, no entanto, não despertou muito interesse de uma população cansada pela frequência dos ataques jihadistas, geralmente envolvendo violências intercomunitárias.


Além disso, quase metade da população vive abaixo da linha da pobreza, embora o Mali seja o maior produtor africano de algodão e sua economia registrar um crescimento de 5% há vários anos.


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