O presidente sul-sudanês, Salva Kiir, formou seu governo de transição, compartilhando o poder com os ex-rebeldes, segundo decreto publicado nesta sexta-feira, uma etapa crucial em um processo de paz atrasado por muito tempo.

Segundo o acordo de paz assinado em 26 de agosto de 2015, os trinta postos de ministros serão divididos entre o grupo de Kiir, o do rebelde investido vice-presidente Riek Machar e outros partidos, principalmente da oposição.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, celebrou esta importante etapa no processo de paz, segundo um comunicado, e pediu que “as partes ponham fim às hostilidades imediatamente”.

O decreto de Kiir para a indicação dos ministros do governo de unidade nacional de transição foi difundido pela rádio governamental nesta sexta, três dias depois da volta de Riek Machar a Juba e sua nomeação como vice-presidente, como previsto no tratado de paz.

Riek Machar já tinha ocupado o cargo de vice-presidente entre julho de 2011 e julho de 2013, quando foi destituído pelo presidente Salva Kiir, que o acusava de conspiração.

O enfrentamento entre ambos resultou em um conflito que deixou dezenas de milhares de mortos e mais de 2,3 milhões de deslocados.

Apesar dos progressos realizados, ainda existe uma profunda animosidade entre os grupos de Kiir e Machar e seus exércitos coabitam na capital.

Além disso, dezenas de prisioneiros políticos continuam detidos no país, segundo denunciou a Anistia Internacional.

O Sudão do Sul proclamou a independência em julho de 2011, após uma década de guerra com Cartum, mas dois anos e meio depois voltou a entrar em conflito por divisões político-étnicas no exército, avivadas pela rivalidade entre Salva Kiir e Machar.

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