Por Marco Aquino

LIMA (Reuters) – O Congresso do Peru votou na noite de terça-feira contra o impeachment do presidente de esquerda Pedro Castillo, em um revés para a oposição em sua tentativa de derrubar o presidente que tomou posse no final de julho.

Votaram contra a iniciativa da oposição 76 parlamentares. Outros 46 votaram a favor, mas eram necessários 52 votos dos 130 membros do Congresso para iniciar o processo.

“Em nome do meu governo, sou grato que o voto do Congresso coloque o Peru acima de outros interesses. Irmãos, vamos pôr um fim às crises políticas e trabalhar juntos para alcançar um Peru justo e unido”, disse Castillo no Twitter.

O resultado proporciona um fôlego para Castillo, cuja popularidade caiu em meio a incertezas políticas sobre alegações de corrupção entre aliados e conflitos sociais que afetaram o setor chave da mineração no país andino, o segundo maior produtor mundial de cobre.

A iniciativa do processo de vacância presidencial, promovida pelos partidos de direita no Congresso, havia perdido força após uma rodada de conversações de Castillo com líderes partidários no palácio do governo, que começou na sexta-feira e terminou na segunda-feira à noite.

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O partido governista, o marxista Peru Livre, que tem 37 cadeiras no Congresso, rejeitou o plano de impeachment em bloco. Aliados de esquerda e partidos de centro também votaram contra o processo.

Centenas de apoiadores e opositores de Castillo, um ex-professor na zona rural e líder sindical, se reuniram perto do Congresso antes do debate.

“Queremos que ele continue trabalhando”, disse Maria Lazaro Cornelio, apoiadora de Castillo, que conquistou a Presidência por uma margem muito estreita prometendo grandes mudanças sociais. “Queremos que ele cumpra sua palavra, sua promessa”, acrescentou.

Outra manifestante, que deu seu nome como Jacky, disse que queria que Castillo deixasse o poder porque “ele está destruindo o Peru, ele está destruindo nossa economia e nossa liberdade”.

O Peru já teve cinco presidentes desde 2016, incluindo Castillo. Em 2018, Pedro Pablo Kuczynski renunciou à Presidência minutos antes de uma votação de impeachment, enquanto Martin Vizcarra foi removido em novembro do ano passado em uma votação no Parlamento.

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