O presidente do Níger, Mohamed Bazoum, foi detido por membros da Guarda Presidencial (GP) nesta quarta-feira (26), em uma tentativa de golpe de Estado condenada por países africanos e pela UE.

Segundo uma fonte próxima à Presidência, que pediu anonimato, “depois de algumas negociações, a Guarda Presidencial recusou-se a libertar o presidente e o exército deu um ultimato”, provocado pelo “impulso” dos membros da guarda presidencial, que bloquearam o acesso à Presidência, em Niamey.

Outra fonte próxima ao presidente Bazoum, no poder desde abril de 2021, disse à AFP que a tentativa de golpe estava “destinada ao fracasso”.

A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) confirmou a “tentativa de golpe de Estado” e manifestou o seu “espanto e preocupação”, exortando “os autores deste ato a libertarem imediata e incondicionalmente o Presidente da República democraticamente eleito”.

Em uma mensagem publicada na rede social Twitter, agora renomeada X, posteriormente apagada, a Presidência do Níger indicava que “elementos da guarda presidencial (GP) […] tentaram, em vão, obter o apoio das forças armadas nacionais e da guarda nacional”.

“O exército e a Guarda Nacional estão dispostos a atacar os elementos da GP envolvidos” caso não mudem de postura, acrescentou a Presidência, que destacou que tanto Bazoum como a sua família “estão bem”.

A União Africana (UA) condenou a “tentativa de golpe de Estado” e pediu o “retorno imediato e incondicional dos militares traidores aos seus quartéis”.

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, também manifestou a sua rejeição e disse estar “muito preocupado”, afirmando que o bloco “condena qualquer tentativa de desestabilizar a democracia e ameaçar a estabilização do Níger”.

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