A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, garantiu nesta quinta-feira (11) que o aumento de tarifas proposto por seu governo para países sem acordo de livre comércio, que afeta particularmente a China, não deve gerar conflitos.
O Ministério da Economia divulgou na quarta-feira um projeto de lei enviado ao Legislativo que eleva as tarifas até níveis de 50% sobre diversos bens de cerca de vinte setores industriais estratégicos.
Nesta quinta-feira, o governo da China reagiu ao projeto mexicano com o aviso de que “se opõe firmemente a qualquer coerção de outros” para impor restrições às suas exportações.
Sheinbaum foi questionada por jornalistas sobre o aumento de tarifas em sua conferência matinal, sem que mencionasse a reação do gigante asiático.
“Não queremos nenhum conflito com nenhum país, está sendo conversado com o embaixador da China” e com os de outros países, disse a presidente.
Em resposta expressa à imprensa, a presidente de esquerda negou que esta iniciativa responda de alguma forma às fortes pressões do presidente americano, Donald Trump, no plano comercial.
“Não está pensado em função das negociações com os Estados Unidos, mas sim de um projeto nacional” para fortalecer a economia, destacou.
Sheinbaum se disse aberta ao diálogo e afirmou que os aumentos de tarifas se enquadram no estabelecido pela Organização Mundial do Comércio.
A China, que segundo o governo é o maior exportador para o México sem acordo comercial, seria fortemente afetada, especialmente o setor automotivo, já que ocupa 30% do mercado de veículos leves.
De acordo com a proposta, esses carros leves teriam que pagar uma tarifa de 50%, frente ao intervalo atual de 15% a 20%.
Depois da China, na lista oficial de maiores exportadores sem acordo comercial aparecem Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia e Turquia.
O governo de esquerda de Sheinbaum conta com uma ampla maioria no Congresso bicameral para aprovar a proposta.
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