A presidente do México, Claudia Sheinbaum, condenou nesta segunda-feira (7) o que considerou “manifestações xenofóbicas” expressas durante um protesto contra a gentrificação de diferentes setores da capital devido à chegada de estrangeiros.
A marcha ocorreu na sexta-feira no bairro central da Roma, onde alguns manifestantes gritaram palavras de ordem como “fora gringos!” e exibiram cartazes exigindo que os estrangeiros falassem em espanhol. Um grupo de encapuzados realizou pichações, quebrou vidros e móveis de restaurantes e saqueou uma loja de roupas, constatou a AFP.
“As demonstrações xenofóbicas dessa manifestação devem ser condenadas”, disse Sheinbaum durante sua habitual coletiva de imprensa matinal.
Os manifestantes denunciaram que a chegada de estrangeiros na capital aumentou o preço dos aluguéis e obrigou os próprios mexicanos a se mudarem para áreas mais econômicas, um fenômeno chamado de gentrificação.
A mandatária reconheceu como “legítima” a motivação do protesto, mas rejeitou que se exija a saída de “qualquer nacionalidade” do país.
A governante de esquerda, ex-prefeita da capital (2018-2023), relacionou o aumento dos aluguéis na Cidade do México com os nômades digitais, “muitos deles americanos”, que trabalham remotamente no México, e com a “especulação imobiliária decorrente do aluguel” de imóveis através de aplicativos digitais como o Airbnb.
Sheinbaum também condenou o caso de uma mulher que insultou com expressões racistas um policial de trânsito que tentou aplicar-lhe uma infração e viralizou no fim de semana nas redes sociais. “Odeio negros como você”, ouve-se a mulher dizer antes de entrar em seu carro para se afastar da área, após enfrentar o agente.
A presidente afirmou que o vídeo revela “um racismo aberrante” que “não pode existir” no México. “Nem xenofobia, nem racismo, nem classismo, zero discriminação”, reiterou.
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