O presidente do Equador, Lenín Moreno, defendeu nesta terça-feira (23) a imunização de seu círculo próximo e justificou-a por sua condição de portador de deficiência, após um escândalo sobre a aplicação de vacinas anticovid a pessoas que não pertencem a grupos prioritários.

“Todas as normas de segurança indicam que em caso de guerra, em caso de epidemia, deve ser estabelecido um círculo epidemiológico no qual se apoie o círculo próximo à presidência”, disse Moreno durante visita a um hospital em Guayaquil (sudoeste) para conferir o andamento da campanha de vacinação.

O governo admitiu na sexta-feira passada que as autoridades “consideradas pessoal da linha de frente sob os cuidados” do presidente foram imunizadas. Moreno, de 67 anos e que sofre de paraplegia, e a esposa também foram vacinados.

“Devido à minha deficiência existem normas muito claras, protocolos da convenção das Nações Unidas para a proteção dos direitos das pessoas com deficiência que foram aplicadas. É simples assim. Não há razão para ficar escandalizado”, acrescentou o presidente.

O líder equatoriano tem uma paraplegia que o impede de andar, em consequência de um tiro recebido durante um assalto em 1998.

Jorge Wated, Secretário-Geral de Gabinete da Presidência, especificou que sete ministros e ex-ministros foram vacinados com as primeiras doses que o país recebeu. Entre os funcionários vacinados estão dois ex-chefes da pasta da Saúde e os ministros da Defesa, Turismo, Habitação, Economia e Energia.

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De acordo com o plano anunciado pelo governo, as primeiras vacinas seriam aplicadas em profissionais de saúde que atuam na linha de frente e em pacientes em centros geriátricos.

O Equador, com 17,4 milhões de habitantes, registra mais de 313.000 casos e 16.500 mortes por covid-19.

O escândalo da aplicação de vacinas no Equador estourou quando o ex-ministro Juan Carlos Zevallos reconheceu que sua mãe, 87 anos, e “vários” parentes seus foram vacinados contra o coronavírus. Isso levou a uma investigação do Ministério Público pelo alegado crime de tráfico de influência.

Acadêmicos e veteranos políticos, jornalistas e líderes esportivos também foram vacinados.

O governo Moreno, que termina no dia 24 de maio, afirma que negociou a compra de 20 milhões de doses de vacinas anticovid com laboratórios como a aliança alemão-americana Pfizer/BionNTech, a chinesa Sinovac e a britânica AstraZeneca para imunizar 10 milhões de pessoas.

Até agora, cerca de 140.700 pessoas receberam pelo menos a primeira dose da vacina contra o coronavírus.


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