O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, dedicou neste domingo as medalhas conquistadas nos Jogos Parapan-americanos de Lima, no Peru, ao nadador André Brasil, que ficou inelegível e não pôde participar da competição. “Quero oferecer cada uma das medalhas para ele. Todas as conquistas são um pedacinho dele. Foi uma campanha memorável. Ele deveria estar aqui com a gente, mas infelizmente não foi possível”, disse.

André Brasil está no centro da principal polêmica do esporte paralímpico. Em 2017, o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) mudou os critérios de classificação funcional dos atletas, justificando ser mais científico.

Em abril deste ano, o brasileiro soube que a sua deficiência não tinha impacto na maneira como nadava. Dono de 14 medalhas paralímpicas na classe S10 em 14 anos de carreira, ele teve poliomielite aos três meses de vida e, como sequela, diferença de cinco centímetros de uma perna para outra.

“Por causa de um processo truculento não pôde estar aqui. No que depender da gente ele vai voltar. Ele é quem tem que determinar como pretende encerrar a carreira. Não consigo entender e aceitar que um processo tão equivocado não considere o indivíduo, uma pessoa tão importante para o movimento paralímpico brasileiro e internacional”, disse Mizael Conrado, que entrará com recurso na Justiça da Alemanha, país onde fica a sede do IPC.