Presidente do Corinthians tentou e não conseguiu convencer “homens de Carille” (Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Marcelo Camargo/Agência Brasil


O presidente do Corinthians bem que tentou, mas não conseguiu convencer o preparador físico Walmir Cruz e o auxiliar técnico Mauro da Silva (Mauro Van Basten) a permanecerem no clube.
Os dois vão trabalhar com Fábio Carille no Al-Wehda, da Arábia Saudita. Além deles, o assistente Leandro da Silva, o Cuca, também foi convidado pelo ex-treinador corintiano.

Andrés Sanchez, junto com os diretores Duílio Monteiro Alves e Jorge Kalil, acenou com aumento de salário e lembrou os laços afetivos que os dois tinham no clube. Para Walmir, ele chegou a dizer que recebeu telefonemas de jogadores pedindo a permanência dele. Explicou que a saída dos dois quebraria o esquema que vem funcionando azeitado, mesmo com mudanças de treinadores. “Dei uma balançada, mas não tinha jeito”, admitiu o preparador físico.

O que Sanchez ouviu foi praticamente o mesmo argumento: Cruz é grato a Fábio Carille por tê-lo levado ao Corinthians. Mauro Van Basten disse aos dirigentes: “A gente se conhece desde que ele chegou no clube há 11 anos. E ele me colocou para trabalhar no campo, o que eu quero muito”.

Mauro trabalhou por 12 anos no Corinthians. Conhece todo mundo no CT Joaquim Grava. Era procurado por atletas quando algum problema aparecia. Ajudou a evitar crises antes delas estourarem. Foi assistente de Tite, Mano Menezes, Oswaldo Oliveira, Cristóvão Borges e Carille. Mas só com o último passou a ir para a tribuna durante os jogos para observar os detalhes técnicos e depois descia ao vestiário no intervalo e passava informações.

“Saio de cabeça erguida”, afirmou Mauro que já trabalhou no exterior como jogador (em Portugal e Marrocos) e como auxiliar técnico de Nelsinho Baptista no Japão. Walmir tem passagens por clubes em terras japonesas e também trabalhou com o ex-jogador Roberto Carlos na Turquia e na Índia.

 GOVERNO SAUDITA GARANTE CONTRATOS

Os homens convidados por Carille devem conhecer o contrato de trabalho oferecido pelo Al Wehda ainda nesta quinta-feira. Outro motivo para que eles aceitassem deixar o Corinthians é o salário bem superior ao que ganham. Junto vem a garantia dada pelo empresário Paulo Pìtombeira de que o time de Meca não vai atrasar ou deixar de pagar o que promete no papel.

“O governo saudita assumiu o futebol do país e assumiu também as dívidas. Ele vai garantir o cumprimento dos contratos feitos a partir desta próxima temporada”, contou Cruz. Entre os itens do acerto com o Al Wehda estão uma casa num condomínio onde moram apenas profissionais estrangeiros. Os homens de Carille vão ter compromisso por dois anos.

A equipe andou sofrendo nos últimos anos. Subiu para a primeira divisão na temporada que se encerrou. O comando do clube passou para um ministro que já avisou: quer montar um time competitivo e está disposto agastar com contratações. Pelo regulamento do futebol saudita, cada agremiação pode contratar sete atletas estrangeiros e colocar em campo quatro deles por vez.

Está aberta a possibilidade de Fábio Carille levar jogadores do Corinthians. Andrés admitiu que pouco poderá fazer se isso ocorrer: “A Arábia é a nova China. Vão vir e levar quem quiser já que têm um monte de dinheiro”, disse em entrevista coletiva.

Mas antes, Carille deve convidar ainda o preparador de goleiros, Mauri Lima, e também analista do centro de inteligência de futebol. O técnico quer mesmo fazer história na Arábia Saudita com o que há de moderno em preparação física, fisiologia e análise de desempenho.