Durante a gravação da edição de fevereiro do programa “Grande Círculo”, que vai ao ar no SporTV, Duílio Monteiro Alves, presidente do Corinthians, usou palavras fortes para justificar a saída de Sylvinho do comando técnico da equipe alvinegra, admitindo não haver mais clima para o trabalho continuar.

“Eu nunca vi a torcida criticar algum jogador ou treinador durante o jogo em toda a minha vida. A torcida do Corinthians apoia os 90 minutos e depois pode xingar, criticar, protestar, isso é normal. Mas durante o jogo nunca vi. Isso foi uma coisa que me chamou muito a atenção e foge da pressão das redes sociais. Fora todo o resto, programas de televisão, analistas, comentaristas, torcedores, conselheiros, geral… Tomou uma proporção que nunca vi no futebol. Foi até por isso a decisão. Não era mais algo saudável para o Sylvio, para o dia a dia dele”, disse Duílio.

“No futuro, as pessoas vão ver que eu estava acreditando. Sylvinho vem se preparando há anos. Existe chance de um retorno ao Corinthians, sim, sempre. A porta está aberta. Ele é um ídolo. Sabemos como as coisas são. Já vi Tite indo e voltando, Mano Menezes…”, continuou.

O dirigente também afirmou que não mudou sua convicção de dezembro para janeiro, quando havia decidido manter Sylvinho no cargo, mas admitiu que, analisando os fatos, não sabe dizer se errou ou não na decisão. “Não consigo pensar em termos de arrependimento, mas isso ainda fica… Se errei, se erramos ali na decisão. Não de trazê-lo, mas de segurar de uma temporada para outra. Já que essa pressão já existia. Não desse tamanho, mas já existia. A gente acreditava no trabalho, assim como na relação com os atletas. Eram sinais do dia a dia, gostavam demais do dia a dia, do treino. Foi uma decisão, e até conversei com ele sobre isso, até pensando na história dele. Tem uma história no clube. O vejo com um grande futuro como treinador pela frente. Pelo que conheço de futebol, acho que ainda vamos ver ele dando certo em muitos clubes, e espero que no Corinthians também no futuro”, argumentou.

Duílio ainda falou sobre as redes sociais e o quanto elas influenciam no comportamento do dirigente. Para o presidente do clube, a pressão virtual sempre vai existir e não pode fazer a diferença na tomada de decisão. “Primeiro, a pressão não me preocupa. Falo de modo geral do ambiente, do clube, atletas, funcionários, o trabalho do dia a dia. Tive pressão diária, manifestações quase que diárias. Nasci aqui. Para estar aqui, não posso reclamar. Não é isso que vai me fazer tomar uma decisão. Lógico que você tem que ter um monte de observações, informações, estar lá no dia a dia, e isso eu faço”, concluiu.