O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, pediu nesta sexta-feira (18) que os funcionários do comitê organizador dos Jogos de Inverno de Pequim-2022 evitem misturar política e esporte, depois que a porta-voz da entidade chinesa, Yan Jiarong, chamou de “mentiras” as denúncias sobre violação dos direitos humanos em Xinjiang.

“Não ignoramos este problema”, declarou Bach, um dia após as declarações de Yan sobre a questão dos direitos humanos na região de Xinjiang e o status de Taiwan.

“Entramos em contato com o comitê organizador imediatamente após esta entrevista coletiva e reafirmamos a importância de permanecer politicamente neutro, como exige pela Carta Olímpica”, disse.

Na quinta-feira, depois de ser perguntada por jornalistas estrangeiros sobre Xinjiang, região do noroeste da China com maioria muçulmana, Yan respondeu que “estas questões são baseadas em grande medida em mentiras”.

“Algumas autoridades já contestaram estas informações falsas com muitas evidências sólidas”, acrescentou a porta-voz.

Grupos de defesa dos direitos humanos acusam Pequim de organizar desde 2017 uma repressão sistemática contra os uigures e outros grupos étnicos muçulmanos da região, como os cazaques.

As organizações acusam o regime chinês de impor trabalhos forçados e esterilizações forçadas e de ter enviado mais de um milhão de pessoas para campos de reeducação.

Pequim rebate as acusações e afirma que os locais são “centros de formação profissional” destinados a lutar contra o radicalismo islamita, após ataques atribuídos aos uigures.

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