Pivô de uma grande polêmica nos últimos dias, a sul-africana Caster Semenya, de 28 anos, ainda está dando o que falar no mundo esportivo. Nesta segunda-feira, cinco dias depois de perder um recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), que manteve o entendimento da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo, na sigla em inglês) de que mulheres com níveis elevados de testosterona não poderão participar das disputas de 400 a 1.500 metros, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, comentou sobre o assunto.

“Os experts vão estudar este problema muito delicado e complicado”, disse Bach, em uma entrevista coletiva na cidade de Brisbane, na Austrália. “É um caso que devemos levar em conta as federações internacionais, são suas regras que estão em jogo, suas regras técnicas. Às vezes, entre os experts do mundo médico, como entre os advogados, há discussões muito complicadas. Por isso não sei quando o grupo de trabalho terá suas conclusões”, completou.

Em sua decisão, o CAS decidiu que é necessário criar um grupo de trabalho composto pelo diretor médico do COI, o britânico Richard Budgett, um representante da IAAF e experts do mundo da ciência e da ética e representantes dos atletas e das federações internacionais.

Na última sexta-feira, Semenya pode ter feito a sua despedida em competições oficiais no atletismo. A bicampeã olímpica dos 800 metros venceu a prova na etapa de Doha, no Catar, que abriu a temporada de 2019 da Diamond League.

Para provas de meia distância, ficou estabelecido um limite de 5 nanomols de testosterona por litro de sangue. Mas Semenya, por uma condição endócrina chamada hiperandrogenismo, produz naturalmente o hormônio em excesso. Ela deverá tomar medicamentos para reduzir os seus níveis de testosterona se quiser competir entre as mulheres.