O presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Marques de Carvalho, fez nesta quarta-feira, 25, um balanço das ações do órgão antitruste nos últimos quatro anos. Nesta quarta, é a última sessão dele na presidência do colegiado.

Ele avaliou que a defesa de concorrência no Brasil construiu um nível de coesão muito alto ao longo do tempo. Carvalho destacou a adesão das administrações federais às agendas propostas pelo órgão antitruste, mesmo em governos com perspectiva diferentes sobre a economia e as relações entre o Estado e o mercado.

“Apanhamos dos dois lados. Apanhamos de quem tem uma concepção mais intervencionista, que defende a criação de grandes empresas apoiadas pelo Estado para competir no mercado internacional, quando barramos alguns desses processos. E apanhamos de quem acha que eficiência é tudo, que a natureza do capitalismo é a competição global, e acaba sendo contra as intervenções que o Cade faz”, comentou.

Mesmo com as críticas em muitos processos, Carvalho disse que o órgão sempre esteve aberto ao diálogo. “O Cade nunca se posicionou numa ‘torre de marfim’ diante da sociedade, dos advogados e dos economistas. Órgão sempre esteve disposto a enfrentar contraditórios”, enfatizou.