22/09/2016 - 22:19
O presidente do Banco Central (BC) , Ilan Goldfajn, afirmou que o Brasil começa a experimentar uma perspectiva de estabilidade econômica, com a redução das expectativas do mercado financeiro com relação às projeções de inflação nos próximos anos. Além disso, ressaltou que há indicadores macroeconômicos também dando sinais de recuperação.
“O PIB do setor industrial, que vem caindo por cinco trimestres, se recuperou. O investimento, que recua há dez trimestres, teve um último trimestre positivo. Com a recuperação da confiança, haverá disposição para se investir e impulsionar a demanda interna”, disse Goldfajan, durante a premiação AS MELHORES DA DINHEIRO 2016, realizado em São Paulo.
Goldfajn disse que os países emergentes, entre eles o Brasil, devem aproveitar o que caracterizou como “interregno benigno”, momento em que as economias emergentes começam a dar sinais de recuperação econômica, com possível elevação de juros nos Estados Unidos.
O presidente do BC avalia que esse processo poderá até causar turbulências, uma vez que os recursos financeiros fugiram dos juros zero para serem alocados em países emergentes, como o Brasil. No entanto, avalia que enquanto não há mudança no cenário externo, o Brasil deve realizar suas reformas econômicas, como as reformas da Previdência e a tributária, para impulsionar o crescimento nos próximos anos. “As economias emergentes devem aproveitar essa janela de oportunidade para reformar e ajustar suas economias, especialmente no Brasil.”
O presidente do BC avalia a continuidade do registro positivo das contas externas, que devem perdurar mesmo após a recuperação da economia internacional, mas lembrou que há internamente grandes desafios a se vencer, como o nível do índice de desemprego e a queda de renda.
Goldfjan afirmou, no entanto, que com base no tripé de responsabilidade fiscal, câmbio fluente e controle da inflação, será possível resgatar a confiança na economia. “Acredito que os ajustes para o fortalecimento da responsabilidade fiscal ajudarão no resgate da confiança. Essa tarefa é árdua e exige trabalho contínuo.”
