Por David Milliken e Andy Bruce

LONDRES (Reuters) – O presidente do banco central britânico, Andrew Bailey, afirmou nesta quarta-feira que “muito claramente” existe um risco de que a inflação, que está em máxima de 30 anos, seja incorporada na economia britânica se o ciclo de preços mais altos continuar elevando os salários.

“Não é só definição de salários, é também definição de preços…são ambos”, disse Bailey a parlamentares. “Existe muito claramente um risco de alta aqui. O risco de alta…vem através de efeitos indiretos.”

Bailey disse ainda que há chances de a inflação ficar mais baixa do que as projeções do Banco da Inglaterra ao longo dos próximos três anos, e ele pediu a investidores que não se deixem levar por apostas em altas futuras dos juros.

O Banco da Inglaterra tornou-se o primeiro grande banco central do mundo a elevar os custos de empréstimos depois da pandemia de coronavírus, em dezembro, e aumentou sua taxa básica de novo neste mês, de 0,25% para 0,5%.

A inflação britânica atingiu em janeiro 5,5%, nível mais alto desde 1992, e o banco central prevê que ela chegará a um pico de 7,25% em abril, quando uma alta de 54% nas tarifas de energia entrar em vigor.

Bailey afirmou que a inflação vai acelerar se todos tentarem reajustes de seus salários acima da inflação, e que os mais prejudicados serão os trabalhadores com menor poder de barganha.

(Reportagem adicional de Muvija M, James Davey, Michael Holden e Alistair Smout)

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