21/05/2020 - 10:47
O presidente do Atlético Mineiro, Sergio Sette Câmara, explicou como se deu a operação financeira que permitiu ao clube quitar a dívida com a Udinese pela aquisição de Maicosuel, evitando ser punido pela Fifa. E, de acordo com o dirigente, o clube já quitou o empréstimo feito junto a dois parceiros de longa data do clube, Ricardo Guimarães, dono do BMG, e Rubens Menin, fundador da MRV Engenharia, que viabilizou a realização do pagamento.
“Foi na base da camaradagem. Não dei garantia nenhuma. O camarada foi, colocou o dinheiro aqui dentro e nós conseguimos pagar o Maicosuel. Eu tinha outro dinheiro pra receber, um, dois dias depois e paguei o Rubens de volta. Esse dinheiro nós não devemos mais”, afirmou, em entrevista veiculada pela TV Galo, o canal de vídeos do clube no YouTube.
O Atlético-MG tinha até 27 de abril para quitar a aquisição de Maicosuel, realizada em 2014. Sette Câmara chegou a declarar que não tinha os recursos para fazer o pagamento, mas conseguiu obter o dinheiro, encerrando o caso na Fifa.
De acordo com o dirigente, a alta do dólar prejudicou o clube. Ele garantiu que o Atlético-MG tinha o recurso, parte do valor da venda de Chará ao Portland Timbers, mas ele se tornou insuficiente em função da elevação do valor da moeda.
“A gente tinha o dinheiro para pagar a dívida do Maicosuel. Era uma parcela restante do Chará. Acontece que o valor que a gente tinha, vou colocar em dólar, era mais ou menos 1,8 milhão, algo assim. Dava R$ 10 milhões, mais ou menos. Aí o Brasil, um país ímpar, além do problema de saúde e da economia, ainda veio o terceiro problema, que foi político. Aí vocês já viram como funciona o câmbio”, justificou o dirigente.
Guimarães e a família Menin têm atuação política no Atlético-MG e suas empresas já patrocinaram ou patrocinam o clube há alguns anos. Sette Câmara exaltou a parceria, mas assegurou que os empréstimos só ocorrem porque ele busca formas de viabilizar o pagamento delas.
“Quem complementou esse dinheiro, efetivamente, foram Rubens Menin e o Ricardo. Então, não vou chamar isso de caridade. Eu acho que o camarada, por mais milionário que seja, não tem obrigação de botar a mão no bolso e colocar dinheiro aqui. A não ser que seja pela paixão. E foi por isso que eles fizeram isso. Ouço isso de outros presidentes: ‘Você tem aí o Rubens e o Ricardo’. Eu falo: ‘Eles não ficam doando dinheiro pra gente, não’, mas eles têm certeza que eu trabalho pra viabilizar o pagamento, nunca pensando que a qualquer hora eu vou pedir o dinheiro, e eles vão dar. Não, não é assim. São sempre operações”, concluiu o dirigente.